Rubinho de Souza

XV de Novembro Proclamação da República

Na segunda metade do século XIX, houve um aumento da insatisfação com o regime de Dom Pedro II, entre estes podemos destacar militares, republicanos, a elite agrária e abolicionistas. Com isso, as manifestações públicas começaram a se tornar comuns, e as críticas ao imperador cresciam.

Um atentado contra o carro do imperador em julho de 1889 motivou o Império a proibir manifestações públicas em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo de insatisfeitos era muito grande.

Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon Ribeiro, entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube Militar.

Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser anunciadas em público com o objetivo de arregimentar apoiadores.

Deodoro da Fonseca estava doente. Para convencê-lo a liderar o levante, os militares ocultaram-lhe que o objetivo principal do mesmo era derrubar a monarquia, especialmente pelo fato de que o Marechal era amigo do então imperador Dom Pedro II.

Somente mais tarde, com Deodoro já de volta a sua casa, vários políticos insistiram para que ele assinasse um documento declarando a extinção da monarquia. Alegavam que o imperador iria nomear o político Silveira Martins no lugar do Visconde de Ouro Preto. E como Silveira Martins era um antigo desafeto do Marechal Deodoro, este assinou a moção da república, e passou a ser o Chefe do Governo Provisório.

O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da Fonseca e tropas foram até o quartel-general localizado no Campo do Santana (foto). Foi exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.

Entretanto, o marechal estava à espera de que o imperador fosse organizar um novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II e então retornou para seu domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim aos acontecimentos do dia 15, e as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que fosse realizada uma solenidade de Proclamação da República.

Proclamação da República
Proclamação da República

A Proclamação da República aconteceu na Câmara, sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e cantando A Marselhesa (canção revolucionária produzida durante a Revolução Francesa) nas ruas da capital.

Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel, mas essa resistência fracassou. O imperador D. Pedro II permaneceu crente de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu.

Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado como presidente do Brasil – o primeiro de nossa história – e outros envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo.

A família real foi expulsa no dia 16 de novembro. Além da ordem de exílio para a família imperial brasileira, houve a transformação das províncias em estados federados, a naturalização dos estrangeiros no país, a separação entre igreja e estado e a institucionalização do casamento civil.

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O governo provisório deveria durar até a criação de uma constituição, quando então uma eleição definiria o novo governo. A constituição foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, e nas eleições ocorridas logo depois, Deodoro foi eleito, tendo como vice o Marechal Floriano Peixoto.

O novo governo de Deodoro foi curto em virtude de várias crises, e em agosto de 1891, o congresso tentou aprovar uma lei que reduzia os poderes do presidente, mas Deodoro reagiu de forma violenta, dissolvendo o congresso, prendendo opositores, censurando a imprensa e decretando o estado de sítio.

Com isso, a Proclamação da República representou o fim do Brasil Império que havia durado cerca de 70 anos. Dom Pedro II, que era o imperador, foi banido do Brasil com a sua família, e embarcaram rumo à Europa na madrugada do dia 17 de novembro.

Como podemos concluir, desde as primeiras horas a derrubada do regime monárquico se deu através de traições, inverdades, prisões indevidas e uso da força para atingir o objetivo para o qual a elite estava determinada, fazendo valer a máxima de que os fins justificam os meios.logo do fundo do baú raffard

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