O xintoísmo venera muitos deuses, chamados Kami, à natureza e aos espíritos ancestrais. Os Kami são também o poder vital da natureza e podem ser bons e maus, podem ser montanha, vento, árvore, mar, rio e mesmo um terremoto, um guerreiro famoso.
Há deuses que são mais populares como: a deusa do sol, chamada Amaterasu, cujo santuário principal é o Grande Santuário de Ise. Dizem que Amaterasu é uma antepassada da família real japonesa. A deusa da lua, chama-se Tsukiyomi, do oceano e dos desastres naturais é o Susanoo.
Alguns espíritos dos seus mortos são Kami, protetores da família, da cidade ou do seu país. Seus seguidores constroem altares, onde oferecem orações com vários rituais: petições, agradecimentos, promessas, louvações e ofertas aos seus deuses e ancestrais divinizados. É característica dos xintoístas dar muito valor aos funerais que eleve a importância dos seus mortos.
Os Kami são os celestiais (moram no céu), trazem benesses aos terrestres, e os que povoam este planeta, mas não auxiliam em nada os moradores vivos deste mundo.
O xintoísmo ensina haver três mundos: a Alta Planície Celeste, o céu de onde os kami trazem paz, ordem, felicidade e beleza; ”País do Meio da Planície dos Canaviais,” de moradia dos homens; o terceiro é o mundo “País Yomi”, subterrâneo, habitat dos espíritos malignos, maus e pecadores, de onde saem para tentar os homens para o erro.
As escrituras sagradas xintoístas são o Shinten, composto de textos que ensinam os procedimentos religiosos. Não são considerados como revelações divinas. Esses textos são: o Kojiki (Anais da Antiguidade”, escritos em 712 em três volumes. Nihonji (Crônicas do Japão), são trinta volumes.
Kogo-shui, são compilações dos escritos pelos membros do clã Imbé orientando sobre os rituais, concluídos em 807. Estes escritos referem à sua mitológica teogonia que os deuses se originaram de uma massa informe tirada do caos, nos quais todos elementos se misturavam.
A natureza é governada pelos Kami e vários elementos da natureza como o trovão, chuva, são kami. Terremotos, vulcões e outros acidentes acontecem por orientação dos Kami aborrecidos com as atitudes humanas. Ela produz o sustento da humanidade e, deve-lhe profunda reverência com ela conviver harmoniosamente.
É condenável toda agressividade contra a natureza, sem motivo vital, pois ela possui vontade, sensibilidade, espiritualidade que a regem, com mais eficiência do que as leis naturais.
Para os xintoístas tudo foi criado pelos kami, a Terra e tudo o que nela há são parentes, motivo de temerem destruir os vegetais, animais e minerais.
Seus adeptos fazem incursões pela natureza para meditação, purificação, remissão e reintegração com seus parentes, deificavam montanha, árvore, ou mesmo uma rocha que achassem identificar o Japão, ou o seu imperador.
O pensamento do xintoísmo é que o homem nasce bom (idêntica à teoria de Rousseau), pois foi criado pelo kami, contudo ele peca por influência dos espíritos malignos, moradores do mundo subterrâneo. Para auxiliá-lo, Kami inscreve-lhe um modelo de vida, com humildade, naturalidade, afinidade com a natureza, para o conectar a ele.
Os candidatos a sacerdotes e sacerdotisas, cujo trabalho é servir aos kami como oficiantes de cultos (não doutrinadores ou orientadores espirituais), frequentam na universidade o curso de teologia xintoísta.
O local escolhido para a construção de um templo, deve ser purificado com cerimônias e pedido para que o Kami se digne a morar ali, e ao mudar de local, os pedidos, educadamente, são para que o kami deixe o local. Milhões de religiosos peregrinam anualmente ao santuário de Ise, ligado à família imperial.
Os templos têm ao seu redor árvores, lagos, peixes, os kami, com os quais se purificam para os rituais. Levam ramos de sakaki (árvore sagrada) com tiras de papéis e ofertas de saquê ao Kami.
O xintoísmo é politeísta e Deus chama a idolatria de abominável. (1 Pedro 4:3) Os seus adeptos são ensinados a reverenciar montanhas, árvores, mortos, rios, trovões atribuindo-lhes vontade, sensibilidade, endeusando-os. A Bíblia é incompatível com tal doutrina.
Deus criou a Terra e tudo o que nela há, falando enquanto o homem foi manuseado, “segundo a sua imagem”, e com eles falava, mas nunca com vegetais e minerais. (Gênesis 1; 2:7; 3:7-15) Os mortos, dizem as Sagradas Escrituras, estão mortos, insensíveis, nada sabem, não tem sabedoria alguma, não tem amor, nem ódio, nem participação em qualquer atividade humana. (Eclesiastes 9:5-6,10; Salmo 146:3-5). Dar saquê (bebida de arroz fermentada) a deus é inebria-lo, é avesso às ordens divinas (Provérbios 31:4-5).