09/07/2015
Editorial: Viva, Capivari e Rio das Pedras!
Capivari vai completar 183 anos nesta sexta-feira, 10, sem muitas novidades, mas com um editorial totalmente dedicado a ela e à vizinha Rio das Pedras, 62 anos mais nova. As comemorações, que ocorreriam nesta quinta-feira, 9, na Praça Central, foram canceladas, porque, ao contrário do mesmo período no ano passado, tem chovido bastante e os meteorologistas preveem mais água por aí.
Como quase todo mundo já sabe, Capivari teve uma porção de nomes que foram se simplificando ao longo das décadas: Freguesia de São João Batista de Capivary, Vila de São João Batista de Capivary de Baixo… no início, o povo trabalhava com produção de açúcar, chá, algodão, café e cereais. Brancos, negros, pardos, índios e escravos viviam juntos na terra que hoje é dos poetas, mas que pouco os estimula nessa arte.
Não que escritores, cantores, dançarinos, atores, pintores e artesãos não sejam tratados da mesma maneira. Eles também sabem do que estamos falando, infelizmente. A saúde também não vai lá muito bem. Mas quem se importa com a saúde? Este fim de semana é de festa. E o presente somos nós: “gente da gente” – slogan criado pela Prefeitura para coroar esta data tão querida.
Frente às dificuldades, é hora de pedir ao patrono, São João Batista, que interceda por nós a Deus por um município mais humano, bonito e saudável. Uma cidade com cultura, valores e cidadãos responsáveis – públicos ou não. O objetivo? Honrar uma longa viagem a cavalo feita pelo primeiro sacerdote de Capivari, padre João Jacinto dos Serafins, lá por meados de 1820, para inaugurar uma capelinha inacabada.
Enquanto isso, Rio das Pedras, com prefeito e vice cassados, está a um passo de ficar sem governantes. O que será que as três belas filhas do lavrador Pedro, mais conhecidas como Pêdras, estão achando disso tudo? Pedro, que era dono de uma pequena pousada entre os ribeirões Tijuco Preto e Lajeado, por onde passavam os tropeiros rumo à capital paulista, em 1850.
Certa vez me disseram que o desenvolvimento de uma cidade se mede por quão velha ou nova ela é. Talvez a pessoa estivesse certa. Ao contrário do homem, que quanto mais antigo, mais sábio supõe-se que seja. Velhos são apenas aqueles que nada fazem para continuar vivendo com dignidade e amor. Velhos são os que dizem não ao conhecimento e às novas descobertas. À saúde e à alegria de estar vivo.
Também me falaram que a cidade é a cara da população. E que quanto mais lixo, vandalismo e depredação houver, pior ela é. Você vê tudo isso em Capivari e Rio das Pedras? E coisas boas, você vê? Como você avalia sua cidade? Como você se avalia? Que neste dia 10 você pare, não só para comemorar mais um ano do seu berço, mas para refletir sobre como melhorar a sua volta. Porque não dá para mudar o mundo – e isso já te falaram mil vezes –, mas dá para melhorar, um pouco que seja, a sua cidade.
Falta vontade e ação. Sua cidade precisa de você.