Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Vitoriosos, melhorados e dolorosamente onerados

Não diga que a vitória está perdida se é de batalhas que se vive a vida. Raul Seixas

A Terra tem melhorado muito. Basta analisar um pouco alguns séculos ou milênios atrás para ver a ignorância em que viviam as pessoas e os povos, a dominação, a violência, a falta de recursos familiares e médicos.

Muitas das atitudes que raramente vemos na atualidade, e que se creem antiquíssimas, eram costumes, eram novidades, e não eram crime, como o fato de os governadores, os sacerdotes terem escravos.

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Mas havia também novidades positivas, iluminações, e o “marketing” há dois mil anos era bem outro, era corpo a corpo: Jesus e seus discípulos usavam o boca-a-boca para levar sua boa nova.

Não tinham igrejas ou templos, usavam das sandálias e do barco emprestado. Hoje os modernos “apóstolos” do Cristo têm centenas de igrejas no Brasil e no exterior, andam de avião próprio a jato, têm fazendas – e o Cristo não tinha onde recostar a cabeça.

Aprendamos a não condenar o mundo nem seus habitantes, não somos melhores que eles. Tenhamos mais espiritualidade e confiemos no Poder Superior, que governa tudo.

Depois da noite escura acontece o parto da alvorada vitoriosa clareando um novo dia, não precisamos de ouvidos treinados à melodia para perceber o tamborilar das gotas no telhado, ou os olhos descobertos para ver o sol raiar e aquecer – ele combate a sombra todos os dias, fazendo a luz.

Para alcançarmos a vitória precisamos vencer a nós mesmos, perceber o que não está visível. Batalhemos contra a inferioridade, os instintos, o egoísmo e o orgulho, incessantemente.

E, se cairmos, levantemo-nos, nunca estamos sozinhos. Temos muitos companheiros nos ajudando, mas também não nos enganemos, pois temos uns poucos bloqueando-nos e criando conflitos dolorosos na existência. Porém, temos amparo, um é o Pai, e o outro, o filho, Jesus. Dá para ter segurança ou não?

Numa cidadela espiritual, ainda jovem, com 82 anos de criação, eles tinham, como aqui na Terra, um cartório que registrava os que desciam (reencarnavam) para constituir novas famílias, vencer imperfeições e conquistar virtudes; registravam também os espíritos que retornavam da carne (desencarnavam, pela morte do corpo), para avaliar seu aproveitamento.

A população flutuante variava de 5 a 6 mil habitantes.

Um médico muito perspicaz, André Luiz, que estava fazendo uma residência sobre sexualidade, sob a orientação do doutor Félix, teve disponibilidade de conversar com um especialista desta área no departamento Almas Afins (Sexo e destino, Chico Xavier, FEB, capítulo 9).

Belino, responsável por estudar o aproveitamento dos que retornavam do mundo físico, afirmou que de cada 100 “estudantes” que iam à Terra, retornavam 18 vitoriosos (completistas), 22 melhorados, 26 imperfeitamente melhorados e 34 onerados por dívidas lamentáveis e dolorosas.

As histórias dos endividados e fracassados todos conhecem.

Falemos dos venturosos: dos que se portaram com humildade, mansuetude e pureza de coração, dos que bem sofreram e amaram a si e ao próximo, porque em todo lugar um amor grande ou pequeno pode socorrer ao amor menor, e a fé desperta, convicta, pode socorrer e aumentar a fé insegura, porquanto somente semeando a fraternidade e o amor onde renascemos conquistaremos o troféu da vitória íntima.

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