Na quinta-feira, 14 de março de 2024, ocorreu a degustação de vinhos de inverno, evento promovido pela Associação Brasileira de Sommelier (ABS- Campinas), no hotel Cassino Towner, na cidade de Campinas, o qual tive o prazer de estar prestigiando.
O evento contou com a presença dos grandes produtores dos vinhos de inverno: Vinícola Alma Mineira de Senador José Bento (MG), Estrada Real de Caldas (MG), Família Davo de Ribeirão Branco (SP), Vinícola Guaspari de Espírito Santo do Pinhal (SP), Cave das Vertentes de Campos das Vertentes (MG), Vinícola São Patrício de Goiás, Vinícola Monte Castelo de Goiás, a Villa Santa Maria de São Bento do Sapucaí (SP), Vinícola Terras Altas de Ribeirão Preto (SP), Vinícola Góes de São Roque (SP), Arpuro, Vinícola Bárbara Eliodora de São Gonçalo do Sapucaí (MG), Casa Geraldo – Serra Mantiqueira, da Serra da Canastra Vinifer Sacramentos, Maria Maria de Três Pontas (MG), Arcano – Franca, e a Stella Valentino de Andradas (MG). Todos com vinhos de muita qualidade. Além de todos esses produtores, queijos, salames, geléias, pães artesanais e azeites, em um formato de feira.
Foram mais de 200 pessoas que participaram e puderam conhecer um pouco do trabalho que esses produtores estão fazendo pelo vinho brasileiro.
O que é um “vinho de inverno”? Em algumas regiões brasileiras colhem-se uvas no inverno, é a chamada “colheita de inverno”. No Brasil chove muito no verão, época da colheita e essas regiões eram consideradas inadequadas para o plantio de uvas vinífera, então alguns locais acabaram por aplicar a técnica de dupla poda resgatada de Bordeaux como alternativa. A chuva traz doenças para os bagos, que são mais frágeis do que os de uva de mesa. Por isso o sudeste e o Centro Oeste só conseguiam produzir vinhos de mesa.
Nos últimos anos, houve um boom de vinícolas por onde antes se considerava impossível plantar uvas viníferas e hoje são a maioria vinhos de colheita de inverno. Feitos a partir de uvas vindimadas no meio do ano, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco, Goiás e até Distrito Federal.
A solução veio nos anos 2000 quando o agrônomo Murillo Albuquerque Regina, criou um sistema de poda capaz de inverter a época da colheita. A primeira vinícola a trabalhar com esse sistema de poda, a Estrada Real, foi fundada em 2001, pelo próprio Murillo Regina e seus sócios em Três Corações, Minas Gerais.
Aproveito o ensejo para parabenizar à cidade de Rafard, que nos enche de memórias felizes e nos presenteia com novas histórias a cada dia. Viva esse lugar especial, viva à cidade coração!