Por ser uma competição o futebol sempre terá como ponto máximo a vitória. O resultado é o que no final das contas de fato vai importar. Existem caminhos que aproximam qualquer processo do resultado positivo e outros que aproximam do negativo. Mas não existe fórmula pronta.
Não há uma receita. E o treinador que tiver mais habilidades e competências e, sobretudo, flexibilidade para aplicar o conhecimento de acordo com as circunstâncias do ambiente que ele está inserido será aquele com mais chances de ganhar.
Quando coloco as habilidades do treinador me refiro as técnicas e táticas, mas além disso, me refiro as competências de liderança, comunicação e gestão de pessoas. Todo técnico tem sua ideia de jogo. Maneiras que enxerga como mais produtivas para atacar, defender e realizar as transições.
Porém ao longo dos anos temos visto que os treinadores que tem uma constâncias de títulos e conquistas são aqueles que se adaptam a inúmero fatores: jogadores a disposição no elenco, cultura do clube, contexto do país, discurso que torcida e dirigentes compram e tantos outros.
Pep Guardiola sempre foi um defensor ferrenho da posse de bola. Mas conseguimos perceber claras diferenças na fase ofensiva do seu Barcelona, no seu Bayern de Munique e no Manchester City. O sistema defensivo tão complexamente bem ajustado de José Mourinho era de uma maneira no Porto e foi adquirindo outras formas no Chelsea, Inter de Milão,Real Madrid, etc.
As transições fabulosas de Jurgen Klopp agora no Liverpool não eram tão azeitadas em seu início de carreira no Mainz. Carlo Ancelotti tinha um estilo de jogo no Milan, mas que não era igual ao que ele implementou no Chelsea e no Real Madrid.
O treinador de sucesso deve ter em mãos um grande arsenal de ideias de jogo e metodologia de treino eficaz para implementá-las. Em determinado clube marcar em bloco baixo, ter trinta por cento da posse da bola e atacar apenas com ataques rápidos é aceitável.
Já em outro se não for para dominar o jogo através da posse, atuando a maior parte do tempo no campo do adversário, o torcedor já vai rejeitar de início. Ou seja, aquele técnico que tiver uma ideia pré-pronta e não possuir uma rápida adaptabilidade para entender o ambiente e agir nele com eficiência dificilmente terá um caminho pavimentado para conquistas.
ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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