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Veículos alugados para a Guarda Municipal custarão mais de R$ 550 mil ao ano

Cerimônia de entrega dos dez carros e três motos aconteceu no último sábado, 10; vereador questionou valores

Se houver problemas, veículos serão substituídos rapidamente, afirma Sousa (Foto: Divulgação/Prefeitura de Capivari)
Se houver problemas, veículos serão substituídos rapidamente, afirma Sousa (Foto: Divulgação/Prefeitura de Capivari)

CAPIVARI – A prefeitura assinou contrato com uma empresa de aluguel de veículos em vez de comprar unidades para renovar a frota oficial da Guarda Civil Municipal. A decisão, de acordo com o prefeito Rodrigo Proença (PPS), leva em conta o custo/benefício. Segundo ele, a empresa será responsável pela manutenção, reposição, seguro, emplacamento, licenciamento e IPVA dos veículos. A explicação foi publicada em sua página na rede social Facebook.

O aluguel de 13 veículos custará mais de R$ 46 mil por mês (R$ 553,5 mil ao ano) para o município. Se fossem comprados, custariam em torno de R$ 525 mil pela Tabela Fipe, que indica preços médios do mercado de automóveis. A frota compreende três motocicletas Yamaha, quatro Space Fox, três Renault Duster e uma Peugeot Boxer. “Estamos fazendo o melhor para nossa cidade”, diz Proença.

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De acordo com o secretário da Defesa Social, Gamaliel de Sousa, as motos farão a circulação no Centro, próximo dos comércios, por serem mais ágeis. A Peugeot será utilizada como base móvel, e os Gols darão apoio nas escolas. Enquanto isso, as Space Fox farão rondas nos bairros e as Duster se dividirão entre o comando, o canil e a Ronda Municipal Ostensiva Urbana (Romu).

“O policiamento é uma atividade que exige muito dos carros. As viaturas rodam 24 horas por dia, fazem trabalho de repressão e sofrem avarias [danos]. Por mais zelo que se tenha, a deterioração da frota é natural. Com a locação, se houver problema com algum veículo, rapidamente será reposto por outro reserva, evitando que nossa frota fique reduzida”, esclarece Sousa.

Segundo ele, as viaturas da frota própria dividem o tempo entre as ruas e as oficinas mecânicas, pois apresentam “problemas crônicos”. “Os veículos quebram com frequência e nossos gastos com manutenção crescem com a situação precária dos carros. Cada vez que seguem para conserto, as guarnições ficam sem viatura para realizar patrulhamento, enfraquecendo a eficiência dos trabalhos de policiamento.”

A nova frota da GM foi apresentada aos cidadãos no último sábado, 10, em cerimônia na Praça Central. Na ocasião, outros oito veículos foram entregues oficialmente, dos quais sete motocicletas adquiridas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), de Capivari, e um caminhão traçado trucado, conquistado por intermédio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do Governo Federal.

“A segurança é uma das prioridades do nosso governo. Quando assumimos, a Guarda Civil Municipal estava falida, com profissionais desmotivados e uma frota de veículos sucateada, pois de dez viaturas, apenas duas estavam em condições mínimas de uso”, acrescenta o prefeito.

Pelo fato de o policiamento exigir muito dos veículos, a desvalorização é rápida, o que torna inviável a aquisição de novos automóveis, de acordo com Proença. “Se compramos um veículo por R$ 40 mil, depois de três anos rodando todos os dias estará em péssimas condições, precisando ser substituído. E, se for levado a leilão, valerá menos de R$ 10 mil. Portanto, o aluguel se mostra mais produtivo.”

Antes do evento em praça pública, o vereador Telêmaco Borsari (PDT) questionou em seu perfil, também no Facebook, a locação da frota junto à empresa Locaville, de Itapevi, realizada por meio de pregão presencial com a participação de sete empresas, e divulgou uma tabela com nomes e valores referentes a cada veículo.

Para ele, alugar não é o problema, desde que seja por um preço justo. “Quando tive conhecimento de que o prefeito iria adquirir 13 novas viaturas, achei que estava de parabéns. A Guarda merece, pois é uma corporação séria. É claro que tem um ou outro que é ruim, mas a maioria eu conheço e é gente boa”, comenta.

Borsari alega ter sido impedido de ver os documentos que dizem respeito à licitação. Segundo ele, o diretor do Setor de Compras, Dalton Datti, disse que não tinha autorização para mostrá-los. Isso porque, afirma, certa vez em tribuna Rodrigo Proença garantiu que quando um parlamentar precisasse de algum documento, não seria necessário sequer fazer requerimento. “Então fui acima dele [de Datti], conversar com o secretário da Administração, Antônio Dal Fabbro, e tive acesso aos números.”

Em resposta às críticas feitas a ele pela vereadora Gilceane Malto (DEM) durante a sessão ordinária realizada na noite de segunda-feira, 12, na Câmara Municipal, disse que “algumas pessoas se apegam em erros”. Em uso da palavra, Gilceane perguntou se Borsari lembra que o irmão – ex-prefeito, Carlos Borsari – terceirizou o transporte escolar e a coleta de lixo.

“Eu vejo gente criticando que, na época, meu irmão gastou com manutenção de veículos, que Campaci alugou notebooks. Vocês estão se apegando em erros. Vamos nos apegar em coisas certas. Se errou, vamos mudar. Vai continuar criticando? Vamos aprender com os erros do passado. Já vi alguns vereadores criticando ações da época do meu irmão. Abram uma sindicância e contem comigo. Estou junto para investigar. Acho que se fez coisa errada tem que pagar, indiferente de quem seja”, defende.

Para o vereador, “se apegar em erros do passado como justificativa para errar de novo não adianta”. “Sempre vou respeitar a opinião de todos os vereadores, mas a função do vereador é fiscalizar. Graças a Deus não tenho ‘rabo preso’ com o Rodrigo, com nenhum prefeito, nem com esse que é parente meu. Então sempre que eu achar coisa errada vou trazer à tona”, conclui Telêmaco Borsari.

Outros casos

Em março, a Prefeitura de Limeira assinou contrato com três empresas, alugando 51 veículos, os quais estão sendo utilizados por todas as secretarias, com exceção da Educação. Segundo informações divulgadas pelo G1, a Secretaria Municipal de Transportes do município gasta R$ 103 mil por mês (R$ 1,2 milhão ao ano) de aluguel. No caso, se fossem comprados o valor chegaria a R$ 1,9 milhão.

Já em Mogi das Cruzes, a prefeitura abriu licitação para alugar 163 veículos pelos quais pagaria um valor sete vezes maior do que gastaria para comprá-los. O caso aconteceu em abril do ano passado, e a concorrência foi cancelada logo em seguida, após o Ministério Público de Contas (MPC) pedir explicações sobre o procedimento. De acordo com reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, o MPC viu “aparente violação ao princípio de economicidade”.

Em Petrópolis (RJ), a administração atual investiu, no início do ano, R$ 920 mil na compra de veículos para os serviços municipais, os quais até então eram alugados. A decisão foi tomada pela Secretaria de Administração, com a justificativa de que a locação não era vantajosa. A expectativa é que, em três anos, os 25 novos carros já estejam quitados, segundo o G1.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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