16/10/2015
UPA: prefeito solicita custeio maior ao governo federal para funcionamento da unidade
Caso isso não seja possível, documento propõe a utilização do prédio para a recuperação de pessoas com deficiência auditiva ou mobilidade reduzida
CAPIVARI – O prefeito Rodrigo Proença (PSDB) aproveitou uma visita que fez a Brasília no último dia 30 para protocolar duas propostas referentes à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada no bairro São Pedro. A primeira consiste no aumento do custeio para o funcionamento da UPA, e a segunda na utilização do prédio para a instalação de um Centro Especializado de Recuperação (CER), caso o custeio não seja possível.
Proença contou que usou como argumento as atuais dificuldades financeiras que os municípios brasileiros estão enfrentando para manter as contas equilibradas, levando em consideração a queda na arrecadação, o que inviabiliza novos investimentos com recursos próprios. Capivari é referência em atendimento na microrregião em urgência e emergência, abrangendo mais de 80 mil pessoas, segundo ele.
Com base nisso, foi calculado que seriam necessários investimentos mensais de cerca de R$ 700 mil para atingir essa população. “O valor de R$ 150 mil que o governo federal disponibiliza para custeio se torna inviável para a manutenção da unidade, pois o valor de contrapartida municipal seria muito elevado”, afirma. E, para arcar com a UPA, Proença disse que teria de suspender o repasse que é enviado à Santa Casa.
O CER, por sua vez, seria responsável pelo atendimento especializado e humanizado a pessoas com deficiência auditiva ou mobilidade reduzida, o qual seria oferecido por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, entre outros. “O processo de reabilitação melhora a funcionalidade das pessoas com deficiência e promove a independência”, garante o prefeito Rodrigo Proença.
Dados do censo realizado em 2014 para levantar o número de pessoas com deficiência residentes em Capivari apontam que cerca de 60% das famílias visitadas responderam o questionário. Dessas quase mil moradores possuem algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida. “Encaminhamos este projeto para oferecer um atendimento digno a essa população.”
História
A UPA de Capivari, cuja obra é avaliada em R$ 1,5 milhão, começou a ser construída em 2010 e deveria ter ficado pronta em janeiro de 2014, mas já teve a entrega adiada pela Prefeitura duas vezes. Na primeira vez, em agosto de 2012, o governo municipal alegou rompimento de contrato com a empresa que realizava o serviço. Depois de um ano parada, a obra foi retomada em agosto de 2013.
No entanto, após mais um ano, o prédio continuou inacabado e o novo prazo estipulado foi o primeiro semestre deste ano. Na ocasião, a Prefeitura disse que a paralisação se devia à crise financeira que a cidade enfrenta. Além disso, o poder público informou que o Ministério da Saúde havia feito uma vistoria no local e solicitado reparos, e que aguardava recursos financeiros para a compra de equipamentos.