Leondenis Vendramim

Unicidade e consistência bíblica

Como já vimos, a maior parte do Velho Testamento (V.T.) foi escrita em hebraico antigo, que é bem diferente do hebraico moderno, chamado hebraico mishnaico.

A língua hebraica antiga era falada na Mesopotâmia pelos sírios e palestinos. Estes povos e os hebreus, ou judeus, eram ramos da grande família semita, descendentes de Sem, filho de Noé. (Gn 5:32) A usada na era cristã, pelos rabis do tempo de Cristo e falada atualmente em Israel é o hebraico mishnaico.

Este foi usado no livro apócrifo “Levíticus”, escrito em 132 a.D. e também pelo historiador Flávio Josefo, do primeiro século de nossa era cristã. Lucas empregou a língua aramaica em alguns versículos de Atos dos Apóstolos, comum entre os povos cananitas, vizinhos de Israel. (SDABC, v 1. 25)

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A maioria dos escritores do Velho Testamento era muito culta e muitas vezes escrevem de forma poética, o que difere bastante da escrita em prosa, em inglês há diversidade entre a tradução King James (em prosa) e a RSV (Versão Padronizada e Revisada), em poesia.

É claro que a nossa língua não consegue traduzir os sentimentos e expressões da hebraica, pois o hebraico possui palavras que não encontram tradução corretamente correspondente na língua inglesa e na portuguesa e mesmo a inglesa contém termos sem tradução adequada na nossa língua.

A Bíblia revela em Juízes 12:5-6, que entre as tribos judaicas havia termos de difícil pronúncia e entendimento. No entanto, a escrita do Velho Testamento tem uma uniformidade impressionante, ainda que tenha sido escrita por pessoas de séculos diferentes e haja alguns versículos grafados em aramaico.

Por volta do ano 500 d.C., especialistas chamados massoretas eram os responsáveis por manter o texto bíblico conforme sua originalidade. Eles adicionaram as vogais, sinais e acentos simplificando a leitura e entendimento.

Sugerirabm em reverência ao Criador e obediência ao terceiro mandamento da Lei de Deus, substituir o uso da palavra “YHWH” (Yahweh), (Deus) por Adonai (Senhor). Porém, para manter a originalidade fundiram as vogais de Adonai no tetragrama, ficando assim: “YeHoWah” (Jeová – de pronúncia incerta, significando Senhor Deus). Estabeleceram regras exatas e detalhadas para a produção de novas cópias bíblicas.

Os manuscritos mais antigos, além dos rolos do Mar Morto, é a cópia do Pentateuco (cinco primeiros livros), feita pelos massoretas do século 9 a.C., encontrada hoje, no Museu Britânico.

O zelo extremo dos escribas judeus para manter a pureza do Velho Testamento é-nos uma garantia de sua veracidade. As descobertas das cópias e a exposição do seu conteúdo são mais antigas do que as mais velhas cópias da Bíblia Hebraica de milhares de anos.

Descobertas arqueológicas no Egito têm esclarecido a história, a língua, arte, religião, ferramentas, armas, aparência e a vida cotidiana, tanto dos egípcios quanto dos cananeus, hititas e hebreus, e principalmente a história do Velho Testamento.

Foi revelada a fuga de um oficial da corte pelos mesmos caminhos feito por Moisés poucos séculos antes. Ele descreveu os cananeus um século antes da migração de Abraão, e que a região era dominada pelos amoritas, o que confirma Gn 14:13 e 15:16.

Há relato, incrustado na parede do templo de Karnak, relatando que faraó levava nas campanhas militares listas e mapas de cidades palestinas que ele subjugara, o que nos ajuda a entender a geografia do tempo de Josué. Do século 14 a.C. existe uma coleção de documentos oficiais que os vassalos sírios e palestinos levaram ao rei Amenhotep 3 e 4.

Os rolos descobertos nas cavernas de Qumran, nas proximidades do Mar Morto, por volta de 1947 e 1956, datam do período, segundo estudiosos, de 135 a.C. e 70 d.C. Foram encontradas uma cópia inteira e uma fragmentada do livro de Isaías, cópias parciais de todos os livros do Velho Testamento, com exceção do livro de Ester e Neemias, além de alguns livros apócrifos.

Ainda faltam muitos livros para serem traduzidos, contudo, o estudo dos já analisados, produziram novos ramos da ciência e resultaram em muitos artigos e livros. Os eruditos na língua hebraica antiga, arqueólogos e outros da “Revue of Qumran” (Revista de Qumran), dedicam-se aos estudos desses rolos bíblicos.

Seus trabalhos e a comparação feita entre os relatos bíblicos das cavernas de Qumran com a Bíblia atual, apenas demonstram não haver incoerência alguma.

Se existem fartos documentos equivalentes aos relatos do Velho Testamento, cuja veracidade é comprovada pelos eruditos, então o V.T. é fato histórico veraz e indubitável.

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