ArtigosRubinho de Souza

“Um povo sem memória, é um povo sem passado, e sem história”

Quando D. Pedro I, sonhando liberdade para o Brasil, arrancou a espada e erguendo-a, bradou no dia 7 de setembro de 1822, “Viva a independência e a separação do Brasil! Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil! Independência ou Morte!” não podia imaginar nem de longe imaginar o que se tornaria o Brasil…

Mas, vamos deixar de lado tudo o que estamos vendo hoje, e falar de coisas boas.

Nas escolas de todo o país, no meu tempo de colégio, diretores, professores e alunos, juntos se organizavam para as comemorações alusivas à data. Bandeirolas nas cores verde e amarelo eram colocadas nos corredores do prédio, no galpão onde eram servidas as merendas, e todos, ostentavam em seus uniformes, uma fitinha nas cores da nossa bandeira, que era fixada com um alfinete na camisa branca de nosso uniforme e no jaleco dos professores.

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Antes dos alunos entrarem para o início das aulas, todos se posicionavam na frente da escola, onde seriam hasteadas a Bandeira do Brasil, do Estado de São Paulo e do município, em fila, com a cabeça erguida, olhando a Bandeira Brasileira ser hasteada, com a mão espalmada ao peito em posição de respeito, cantávamos os Hinos, Nacional e da Independência. Fazíamos tudo isso com entusiasmo, sob a regência da nossa professora de música Dona Rosa Maria Lembo Duarte, a inesquecível Dona Rosinha. E, assim, comemorávamos a “Semana da Pátria” com orgulho, pois era grande o amor pelo nosso país.

Vivia-se um tempo em que éramos ensinados a cultivar o patriotismo na forma mais pura de amor pelo Brasil, o que era incentivado pelo governo da época.

Após cantar os Hinos, Dona Rosinha, pedia para todos acompanhá-la com voz forte a seguinte declamação: “Sete de Setembro, data tão festiva, foi a Independência dessa terra tão querida… É uma grande data para o meu Brasil, que hoje está liberto e cheio de encantos mil. Viva, viva, viva a Independência do Brasil, do Brasil!”

Não raramente, tínhamos também no dia 07, eventos no feriado, em que os moradores da nossa cidade eram acordados ao som da fanfarra do Cabo Allan Rollin Barbosa, que era comandada pelo próprio Allan, com a ajuda de alguns integrantes, escolhidos entre os mais disciplinados do grupo, tais como Doni Chiarion, Claudemir Chiarini, e outros.

“Um povo sem memória, é um povo sem passado, e sem história”
“Um povo sem memória, é um povo sem passado, e sem história”

A minha posição na fanfarra era na última fila, pois meu instrumento era a tuba, assim como o de Livramento – meu colega do bairro Padovani, motivo que nos levou a tratarmos um ao outro como “tubeiro”. E, isso se prolongou por muitos anos, mesmo depois de ficarmos adultos, o tratamento era o mesmo do tempo de escola.

Os integrantes do seleto grupo de escoteiros, não se importavam em ter que levantar muito cedo para ir ao desfile. E, tinha que acordar, quando ainda estava escuro, colocar o uniforme, que nossas mães, haviam passado com o maior cuidado e deixado em uma cadeira para não amassar, próximo à nossa cama. Após vestir o uniforme, saíamos de nossa casa a pé, correndo para não chegar atrasado na escola, onde ficavam guardados os nossos instrumentos, e com alegria própria da juventude, saia às ruas, acordando a cidade ao toque da “Alvorada”.

Ah! Se pudéssemos voltar no tempo e regressar a esses dias e reviver tudo isso. Nos resta recordar cada momento para matar as saudades.

Escrevendo essas poucas linhas com o fim de partilhar com o caro leitor amigo, essas boas lembranças de um tempo que já se foi e que não canso de relembrar, advirto a que não devemos nunca, abdicar de nosso passado, nem de nossa memória, pois, um povo sem memória, é um povo sem história.

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