Marcel Capretz

Teoria sistêmica e o Flamengo

O futebol é o esporte mais popular do mundo porque é simples. Essa frase é verdadeira pelo entendimento de que para jogar futebol não é necessário muita coisa, muito investimento…na rua, descalço, colocando chinelos como trave e uma bolinha de pano conseguimos, sim, jogar futebol.

Porém quando partimos para o alto rendimento tudo muda. A complexidade, que já existe nesse futebol de rua descompromissado que citei, ganha contornos mais sérios e científicos, que devem ser estudados não só para o aumento das probabilidades de sucesso, mas também para que as análises se aproximem o máximo possível da realidade.

E qualquer diagnóstico sobre o momento do Flamengo deve prioritariamente passar por uma análise sistêmica e com viés de complexidade. Não é só um fator que explica a queda de rendimento da equipe. Nossa cultura de ‘caça as bruxas’, de buscar a todo custo um único culpado, não contribui para a evolução do jogo.

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A performance individual de muitos jogadores caiu. E vale falarmos de padrões de comportamento manifestados durante o jogo. Nível de comprometimento, agressividade com e sem a bola, disciplina para respeitar e potencializar padrões coletivos já não são os mesmos.

E troca de treinador implica troca de ideia de jogo, metodologia de treinamento e filosofia de liderança. Estamos falando de seres humanos e nem irmãos gêmeos são iguais ao exercer um trabalho. Nos últimos sete meses, o Flamengo teve três treinadores de nacionalidades diferentes.

Um clube de futebol é um sistema. Está sempre em evolução. Ou deveria estar, já que ficar no mesmo lugar é sinônimo de morte. Crescer como equipe significa ter novos e melhores comportamentos. E incutir isso em jogadores que ganharam bastante é muito difícil. Por isso que temos apenas um Messi e um Cristiano Ronaldo.

São pouquíssimos que pagam o real preço que o incômodo com o atual momento traz, por melhor que seja esse momento. O entendimento de que o que foi feito até aqui nos trouxe até aqui é para poucos. Para outros e novos objetivos é necessário um novo comportamento. O Flamengo parou em 2019. Achou que já estava bom, que era só manter…a conta por pensar e agir assim está chegando em 2021…

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

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