Rubinho de Souza

Tem horas que me sinto de outro planeta!

Pois quando criança ouvi dizer, e realmente era assim, que a escola era minha segunda casa e a professora, minha segunda mãe.

Comemorávamos as datas cívicas e entre elas o dia do soldado, aliás muitos meninos sonhavam com a carreira militar, pois a gente os via com respeito e admiração.

Ao sair da escola a gente vinha pela calçada, pois a rua era lugar de carros, aliás para atravessá-la a gente aprendeu com nossos pais a olhar dos dois lados e atravessar bem rapidinho!

No “recreio” depois de uma merenda que sinto saudade até hoje a gente brincava de muitas coisas, entre elas polícia e ladrão, mas quem perdia no sorteio que iria ser o ladrão.

Tinha amigos pretos, brancos, pobres ricos, mas não sabia a diferença entre eles, a amizade era a mesma.
Se aprontasse algo na escola e chegasse aos ouvidos de meus pais, era castigo na certa.

Se algum amigo repetisse o ano não iria consultar psicólogo, pois nem existiam tantos assim e as diferenças eram resolvidas das mais diversas formas possíveis, até com uma boa briga na saída da escola, onde sobravam tapas e empurrões, mas no outro dia a gente já estava de bem.

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Desfile Fundo do Baú

O gordo era gordo o magro, magro, o baixinho era baixinho, e buling nem se imaginava existir.

Mas nos dias de hoje, com toda tecnologia, estamos criando uma geração de incapacitados, vai sair da escola?

Fecha a rua, aliás a rua virou passarela para os pedestres desfilarem, foi mal na escola? Culpa do professor! Ficou de ano, vai pro psicólogo.

Brincar de polícia e ladrão? Todos querem ser bandido, ou melhor, vida loka!

Se um aluno aprontar algo e for repreendido, coitado do professor, os pais caem matando! Por falar em pais, se derem um tapinha educativo, podem ser punidos, pelo ECA, aliás que eca é esse ECA!

Nunca fui espancado por meus pais, mas, um tapinha às vezes bota as coisas no lugar, temos que separar o joio do trigo nessas horas, pois o tapinha corretivo de hoje e o choro da criança, vai evitar muito choro no futuro. Pois a moçada cresce sem limites, ou respeito pelo próximo.

Ao escrever essas linhas fico pensando para onde caminha a humanidade, que hoje em dia ganha em tecnologia, mas perde em qualidade das pessoas!

Quero ver se consigo voltar para meu planeta!

Jr. Quibao

Rafard, 10 de março de 2014

(O relato acima, foi escrito por Luiz Quibao Junior, numa postagem em que publiquei a foto no nosso Grupo Rafard – Do Fundo Do Baú e achei muito pertinente para o momento em que estamos passando, por isso resolvi publicar em nossa coluna semanal).logo do fundo do baú raffard

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