Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Solidão, isolamento e cuidados – como não se abater?

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

Sua tristeza não vem da solidão.
Vem das fantasias que surgem na solidão.
Rubem Alves

O problema que atravessamos não tem remédio e ainda nem vacina; para o covid-19, a alternativa é se proteger, prevenir-se, com o fortalecimento do sistema de imunidade; alimentar-se bem, tomar banho de sol, fazer exercícios e dormir bem, com luzes apagadas e em silêncio, no mínimo seis a oito horas por noite, para se fortalecer.

Prevenir-se com os cuidados de higiene e sem temor é fundamental nesse momento de isolamento e tensão, com tantas informações desencontradas e assustadoras nos telejornais e nas redes sociais.
Nos preocupamos com a doença do corpo, notada por todos, e que necessita de cuidado, mas também deveríamos nos prevenir das enfermidades emocionais e mentais, evitando de ficar imaginando coisas desagradáveis.

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Para uma coisa que pode não nos alcançar, a primeira coisa que devemos fazer é nos cuidar. E a segunda, não dar trela às expectativas negativas, para não ficarmos presos ao medo, à ansiedade e à angústia.

É sabido que nossas emoções não afetam só nosso humor ou nossa disposição, mas também exercem efeito direto em nosso sistema de imunidade.

Desde meados do século passado, inúmeros estudos científicos mostram que as emoções humanas exercem influência direta sobre o funcionamento das células em nosso corpo.

Para muitos (de crianças aos idosos), é difícil mudar a rotina. Temos que entender que é momento de pensar na nossa segurança e na dos outros.

Algumas pessoas podem ter dificuldades para dormir ou se concentrar. O medo de entrar em contato com outras pessoas, de viajar em transporte público ou entrar em espaços públicos pode aumentar, e algumas pessoas terão sintomas físicos, como aumento da frequência cardíaca ou dor de estômago.

Procuremos libertar-nos da ansiedade pensando racionalmente que o que deve ser, será, e acontecerá naturalmente, por lei de Deus, temendo ou não temendo. Com a certeza de que a ansiedade não ameniza o sofrimento do dia de amanhã, e sim acaba com a energia nossa do dia de hoje.

Como lidar com a solidão durante a epidemia de coronavírus buscando a saúde mental e emocional nessa crise mundial? Ser útil, ler, ouvir música, meditar, ver bons filmes, cuidar das coisas da casa, nós que estamos no interior e temos quintal.

São poucos dias e vai passar.

Alguns poucos vão passar para a vida espiritual, atingidos pela pandemia, mas a maioria, 99%, sobreviverá e alcançará os anticorpos que vão protegê-la no futuro de outro surto.

Acendamos em cada manhã a luz da esperança e em cada noite iluminemos com o brilho das estrelas, em preces por mais um dia vencido.

ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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