Leondenis Vendramim

Socialismo Científico

Enquanto na França se desenrolava a cruel Revolução Francesa, de cuja semente iluminista (Saint-Simon, Fourier, Robert Owen e outros) brotou o socialismo utópico, na Inglaterra a Revolução Industrial produziu, da disparidade de classes (capitalistas e proletários), o socialismo científico.

Os patrões visavam maior produção e lucro e foram favorecidos pela abundância de mão-de-obra.

O proletariado em grande número vindo do campo, vivendo em porões, trabalhavam até quatorze horas diárias.

Com remuneração insuficiente, empregaram a mulher e filhos até 7 anos, aumentando a demanda por emprego e diminuindo o valor do salário.

A classe dos trabalhadores envolveu-se em prostituição, enfermidades, e violência. Surgiu, então, a luta de classes.

Karl Heinrich Marx (1818-1883), filósofo e historiador, foi influenciado, na Universidade de
Berlin, pelos discípulos de Hegel.

Preso em 1848 como traidor por ter participado do movimento revolucionário da Prússia, foi absolvido por um júri burguês, mas expulso do país.

Tornou-se discípulo e amigo tão íntimo de Friedrich Engels, que ficou conhecido como seu “Outro Eu”.

Juntos publicaram, em 1848, o “Manifesto Comunista”, surgiu aí o socialismo. Em 1868 publicou “O Capital”. As obras de Marx eram entremeadas de ideias Hegelianas.

Para Marx o socialismo utópico era uma falácia de ideias fantasiosas, mantendo a burguesia na condução da sociedade, não continha os meios para conduzir a sociedade à justiça e à harmonia social. Tornou-se crítico do socialismo utópico e do capitalismo.

O socialismo marxista permitiria à sociedade o controle da produção e distribuição dos bens, de forma igual e cooperativa.

Era o degrau da escada para atingir o ideal, o comunismo, que é um sistema de organização social em substituição ao capitalismo, capaz de fazer desaparecer, tanto as classes sociais como o Estado, tornando os trabalhadores proprietários de seus bens de produção.

(segundo Cristina Meneguello – UNICAMP. Engels e Marx consideravam a diferença entre patrões e operários uma injustiça e por causa disso tal diferença teria de necessariamente deixar de existir para que os trabalhadores não fossem mais oprimidos.

Era preciso, para alcançar uma sociedade igualitária, uma reforma social que só é alcançada por meio da luta armada.

Entretanto, o socialismo defende a democracia e contrapõe-se ao comunismo. Os países comunistas tornaram-se ditaduras férreas, cujos governadores exercem um poder concentrado em um único partido, por décadas.

Pode-se afirmar que nenhum país atingiu o ideal marxista de justiça e harmonia, nem mesmo a URSS, China, Cuba, intitulados comunistas, pelo contrário, combateram, prenderam e mataram seus dissidentes.

Marx colocou clara e resumidamente, toda sua posição e estratégia pan-geográfica: “Os comunistas rejeitam suavizar suas ideias e objetivos.

Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pela violenta subversão de toda a ordem social vigente. Que as classes dominantes tremam de medo perante uma revolução comunista!”.

O manifesto de Marx tornou-se famoso por resumir toda a teoria do comunismo em uma única frase: “Abolição da propriedade privada”.

Ninguém possuiria casa, terreno, carro, nem o agricultor seria proprietário de terras agricultáveis ou da produção de suas mãos.

Ninguém viveria da produção, do lucro, ou dos juros, tudo passaria ao Estado. Aliás, para ele a diferença entre o valor da produção e o que o trabalhador recebia, chamada “mais valia”, estava sendo possuída pelo proprietário, o ladrão da sociedade.

Marx escreve no O Capital sobre o casamento como propriedade baseada num contrato financeiro, e assim perdura mesmo após o divórcio.

Somente existe porque as moças solteiras, com filhos, são desonras para a sociedade, assim são consideradas pelos libertinos.

Quando transformado esse modo de propriedade, o matrimônio perderá a razão de ser. (O Capital, 41 – 42)

A família é perversa, e se perpetua como detentora da casta possuidora das forças produtivas. São os proletários (prole para o trabalho).

Karl Marx e Engels condenavam a liberdade individual, bem como a religião, como “ópio do povo”.

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