Para muitos que apreciam as belas crônicas e as tocantes poesias, pode ser do desconhecimento de quem seria os escritos com o pseudônimo de “Gardênia”. Bastar-nos-á apreciar a crônica “O Nosso Ipê” e teremos em mãos a sensibilidade de alguém que no decorrer de sua vida produziu páginas belíssimas.
“Gardênia” nada mais é que a emérita capivariana Paulina Guidetti Armelin, mulher do Dr. Sebastião Armelin que, no período de 1948 a 1951, foi Prefeito de Capivari, numa gestão de enormes realizações em prol da cidade.
Paulina foi a idealizadora do Capivari Clube e quem primeiro se manifestou sobre a edificação deste clube. Em 1956, graças a sua ação, conseguiu sensibilizar o então Prefeito Geraldo Toledo Amaral, tornando tudo uma realidade.
Figuras como a Dona Paulina não podem e nem devem ser esquecidas das novas gerações. Quantas crônicas e quantas poetisas produziu no decurso de sua vida. Todo este material esparso em publicações nos jornais da cidade e da região, mereceriam uma compilação, em forma de livro: “Crônicas e Poesias de Gardênia”. Que belo e sugestivo título! Quem sabe ainda faremos este trabalho, pela memória da nossa literatura e reconhecido tributo a esta figura.
Para homenageá-la condignamente, reproduzimos, aqui, a poesia
REENCONTROS
(ao emérito Prof. José de Almeida)
Eu creio que o destino, através das idades,
transmigra a alma humana em planos de eleição
e nela faz vibrar as sensibilidades,
em concerto harmonioso ao mesmo diapasão.
Predestinadamente, por afinidades,
ora ressurge o amigo, ora nasce o irmão,
reflorescendo assim as grandes amizades,
que num instante apenas se formando vão.
Ao contato imprevisto há sempre um vago enleio,
de ter havido outrora um outro semelhante,
que a lembrança dilui em tom de devaneio…
É a ronda espiritual que se refaz unida,
é um tornar presente o que vai distante,
entre as almas irmãs nos reencontros da vida.
Gardênia.
Eis, pois, o nosso tributo a uma figura belíssima que pelas suas páginas, como dissemos, entre crônicas e poesias, deixou a sua marca na história de nossa literatura.
J. R. Guedes de Oliveira