Leondenis Vendramim

Só é livre quem se domina

O autodomínio é um dos mais brilhantes raios, que embelezam o caráter do ser humano é uma das pedras mais preciosas a serem assentadas sobre a pedra esquina que é Jesus Cristo, (Efé. 2:19) nosso exemplo, para a edificação da personalidade.

Já defendia Pitágoras, filósofo, matemático, astrônomo, pensador (570 – 496 a.C.): “Nenhum homem é livre, se não puder se dominar.” Quem não consegue dominar seus impulsos, explodindo diante das ocorrências desfavoráveis, é escravo de suas paixões. Pessoas rompantes, têm atitudes irrefletidas das quais têm, muitas vezes, de arrependerem-se tardiamente. Analisem-se as palavras do sábio Salomão:

“A ira do louco se conhece de imediato, mas o prudente encobre a afronta.” (Prov. 12:16) “Há alguns cujas palavras são como ponta de espada, mas a língua dos sábios é saúde.” (Idem 12:18) “O que facilmente se encoleriza faz doidice, e o homem de maus desígnios é odiado.” (Idem, 14:17) O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta.” (Idem, 15:18) “O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos ímpios derrama coisas más” (Idem, 15:28) “É … mais excelente adquirir a prudência do que a prata!” (Idem, 16:16)

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O homem prudente domina seus impulsos; suas emoções e ímpetos não os aflora suscitando contendas e contristamentos, os que se dominam evitam todas as porfias possíveis e as impossíveis, ele pondera, e responde de modo a pacificá-las, quer no âmbito familiar, quer no profissional ou social. Deus o avalia como excedente aos valentes conquistadores. “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa seu espírito do que o que toma uma cidade.” (Prov. 16:32)

“Aquele que é escravo de suas paixões e instintos nega, ‘ipso fato’ sua liberdade. Não é livre nem de fato, nem de direito. Submetendo-se ao domínio da natureza inferior, abdica sua realeza e sua filiação divina.” (C. do Caráter, 37)

Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), o general grego, com capacidade estratégica invejável, liderança digna dos maiores líderes atuais, um exército resoluto e incansável conquistou o mundo, então, conhecido. Com a morte de seu Pai Felipe, rei da Macedônia, esmagou várias revoltas contrárias ao seu regime, derrotou, numa guerra estratégica, a esquadra gigantesca de Dario 3, rei da Pérsia, conquistou a Macedônia, Babilônia, Índia, Palestina, Egito, centro africano, e tinha pretensões mais ousadas. O domínio desse colossal território foi efetuado num tempo de difíceis incursões, com elefantes, camelos e infantaria, atravessando rios, pântanos e enfrentando montanhas, com frio, chuva, animais ferozes, durante dez anos. Foi uma proeza gigantesca, digna de um homem forte.

Porém, o hercúleo Alexandre mostrou-se tão fraco diante de seu orgulho e de seus feitos. Pretendendo mostrar-se forte diante de seu exército, tomou bebida alcoólica em quantidade e morreu no auge de sua idade, com 32 anos.

Sansão foi outro exemplo. Ele foi o homem mais forte da Terra. Realizou feitos espetaculares, matou leão abrindo-o pela boca; matou mais de mil filisteus, seus inimigos, com apenas uma queixada de burro; arrancou os portais de Gaza com suas ferragens e os levou morro acima. Feito extraordinário pois sua força era incomum, vinda do poder divino. Entretanto, quão fraco se mostrou esse homem de Deus, diante da sedução das mulheres filisteias.

Mesmo diante de tantas evidências transparecidas pela condução de Dalila. Não foi capaz de enxergar seus engodos. Ficou cego antes de arrancarem-lhe os olhos! A paixão e os ímpetos irracionais cegam e exaurem todas as forças da dignidade humana. O homem virtuoso torna-se frágil como uma taça de vidro fino diante dos encantos das “sereias de Ulisses”. A Bíblia está farta de exemplos de reis como Davi, diante Bateseba, de Salomão que teve mil mulheres e por elas foi levado à baixeza espiritual muitos outros.)

“Cada qual lavra os termos de sua própria sentença. Nada há de arbitrário neste Universo de Deus. A liberdade não é um direito inalienável, mas um merecimento. Aqueles que a desprezam, perdem-na inexoravelmente…. ‘A verdadeira grandeza do homem é medida pela força dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos que o dominam.’” (C. do Caráter, 38)

Como muitas vezes é exposto: nenhuma luta é tão difícil, tão árdua e parece tão inglória como a luta contra o próprio eu. Nesse combate não se vê um vislumbre promissor, é uma batalha renhida, que só termina com a morte do combatente ou com a vinda de Jesus.

Nessa peleja ninguém pode participar, é você contra seus desejos, contra seus impulsos do apetite, do gênio, da indolência, da língua, enfim de todos os pendores inatos e adquiridos. Significa a subordinação da natureza interior. A cada embate que sair vitorioso, sairá mais forte para o próximo. “Mas aquele que vencer herdará todas as coisas, e eu serei o seu Deus e ele será o meu filho.” Apo. 21:7

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