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Sem entusiasmo com a seleção brasileira

Marcel Capretz, colunista esportivo

Reconheço o caráter diferente que uma competição como a Copa do Mundo carrega. São apenas sete jogos para ser campeão, o viés emocional e mental contam muito, já que os olhos do mundo todo se voltam para esse torneio e ao longo da história vimos seleções irem capengando no período pré-Copa e nos trinta e poucos dias do Mundial se fecharem, criando um espírito de coesão e erguendo o caneco.

Há um otimismo interessante com a seleção de Tite. Não entro no mérito se isso é ou bom ou ruim. Pegar seleções anteriores que saíram badaladas e voltaram sem o caneco e outras que saíram desacreditadas e erguerem o troféu não faz muito sentindo para mim. Cada época, cada seleção, tinha as suas circunstâncias, problemas e recursos.

Analisando a seleção atual vejo dificuldades na organização ofensiva. Primeiramente, a ausência de Daniel Alves causou um rombo no poderio pelo lado direito. Nem Danilo e nem Fágner demonstram personalidade e futebol por aquele setor. E nisso com o time tendo apenas o lado esquerdo, através de Marcelo e Neymar, para criar situações de gol o adversário já vê parte do trabalho defensivo facilitado.

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É claro que temos também a explosão de Gabriel Jesus e as infiltrações de Paulinho. Mas vejo que vamos depender muito da criatividade de Willian e Coutinho para gerar outras opções ofensivas. E tenho minhas dúvidas quanto a personalidade de ambos para assumir o protagonismo no Mundial.

Tite nunca foi conhecido por grandes ideias ofensivas de jogo. Seus maiores sucessos foram com times muito sólidos defendendo. É claro que o talento pode decidir. Mas em tão alto nível vamos precisar mais do que nunca de conceitos coletivos com a bola nos pés para sermos vitoriosos na Rússia.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

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