Poesias

“SE…”(Rudyard Kipling)

Se és capaz de manter a calma quando
Todo o mundo em redor já a perdeu e te culpa,
De crer em ti quando estão todos duvidando
E para esses, no entanto achar uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretencioso;

Se és capaz de pensar – sem que a isso só te atires;
De sonhar – sem fazer dos sonhos teus senhores;
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhada;
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder, e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tomar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for neles ainda existe
E persistir assim quando, exausto, contudo
Resta a vontade em ti, que ainda ordena : Persiste !

Se és capaz de entre plebe, não te corromperes;
E, entre Reis, não perder a naturalidade,
E de amigos: quer bons, quer maus, te defenderes;
Se a todos pode ser de alguma utilidade;
E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho:
Tua é a Terra, com tudo o que existe no mundo,
E – o que ainda é muito mais – és um Homem, meu filho!

Observações: Joesph Rudyard Kipling – poeta anglo-indiano, nasceu na Índia Britânica, em Bombaim (30/dez/1865), falecendo em Londres (18/jan/1936), laureado pelo Prêmio Nobel de Literatura em 1907.

O Poema acima “SE”, figura entre as maravilhas da Literatura Mundial, com similitudes dos Provérbios Bíblicos, em termos de anagogia, conduta de caráter e sabedoria cristã!

Em “Crônicas e outros Bichos” (vol. II – pág. 144), do eminente e ilustre escritor capivariano J.R. Guedes de Oliveira, relata a passagem deste magnânimo Poeta por Capivari, nos idos de 1.927: “Figura universal, conhecido pelas suas andanças mundo a fora, conheceria toda a região, chamada então de “região sorocabana”, De carro, capô aberto, pretendia desfilar pela cidade, cumprindo alguns compromissos de ordem política. Foi quando Kipling, inesperadamente, ante tantos encontros, achegos e admirações, ficou sabendo que Capivari era terra natal de Amadeu Amaral. Ato contínuo, o poeta anglo-indiano tirou o chapéu e permaneceu em pé no automóvel, reverenciando esta grande figura das letras nacionais.”

Dario Bicudo Piai, engenheiro e perito judicial

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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