ArtigosRubinho de Souza

Sabedoria na velhice

Dia desses, caminhando por aí – sem lenço e sem documento – encontrei um amigo de longa data e põe longa nisso, que ao me ver, de longe, foi perguntando em alta voz:

– Rubens do céu, quanto tempo que não o vejo, como você está? Lembra de quando a gente ia na escola juntos?

Respondi que lembrava sim e que estava tudo bem, graças a Deus e educadamente perguntei como ele se encontrava, ao que ele me disse:

– Cada dia que passa mais velho! – Mais velho, mais amargo e solitário meu amigo…

– Eu não – respondi, rindo – não estou ficando velho, estou cada dia mais sábio.

Olha – disse a ele – aprendi com os anos que não tenho que agradar a todos, até porque ninguém consegue.

Mas somente me dei conta disso com o tempo.

Com o tempo, aprendi a ser eu e me tornei o que sempre deveria ser, sem buscar a aceitação dos outros para me sentir bem.

Também deixei para trás os espelhos mentirosos que me enganaram no decorrer dos anos, mostrando como era minha aparência e como vai se corrompendo, mas não mostra o meu eu interior que se renova de dia em dia.

Entendes por que digo que não estou ficando velho, estou ficando sábio?

Sabedoria na velhice
Sabedoria na velhice

Passei com o tempo, a selecionar melhor os lugares que frequento, as pessoas com quem me relaciono, meus amigos e minhas amizades.

Deixei ir embora, tudo o que nunca me pertenceu, e me fiz livre das dores desnecessárias, pois ao invés de priorizar pessoas, priorizo almas, corações e mentes.

Não tenho mais aquelas longas noites de conversas frívolas, e com isso, me sobra mais tempo para conversar com as estrelas. Ora direis, perdeste o senso?

Com a idade chegando, parei de viver estórias com final incerto, e passei a ser o principal protagonista e comecei a escrevê-las com um final feliz.

Parei de tentar esconder os brancos dos meus cabelos e passei a cultivá-los com orgulho, como um troféu pelas minhas vitórias, porque entendi que para conquista-las, me custaram muitas dores e algumas feridas.

Hoje, carrego comigo uma estória de vida, que traz paz à minha vida, mente, alma e coração, pois troquei copos de vinho por chávenas de café e chá, passei a fazer menos planos para o futuro e vivo mais e melhor o presente.

Hoje ando mais devagar, mas não é pela idade, é para observar melhor as coisas e as pessoas e por isso, carrego em meu semblante a certeza de que quem entendeu a simplicidade que é a vida, procurando ser mais prudente do que antes.

Como vê, não estou ficando velho, pois encontrei paz na alma e no coração – a paz que é buscada por todo ser humano – paz essa que excede todo entendimento humano, pois só Deus pode nos dar se a buscarmos incessantemente.

Hoje estou mais sábio, pois entendi o real sentido da vida. Descobri o que é necessário para podermos vivê-la na sua plenitude. Descobri que para sermos felizes, devemos colocar o espiritual em primeiro plano, amar a Deus e ao próximo mais do que tudo na nossa vida. Eis a felicidade!

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