Leondenis Vendramim

Sábado ou Domingo? (continuação)

Vimos no artigo anterior que o sábado é peça integrante da lei de Deus, e o Criador guardou-o durante a ação criativa, Jesus observou-o durante a Sua vida terrestre assim como Seus apóstolos, Sua mãe e as mulheres que O seguiam. Foi mudado para o domingo pelo imperador Constantino no século 4 a.D., por idolatria e paganismo quando os discípulos jaziam nos sepulcros e suas vozes emudecidas. Vamos notar a partir de então o que pensavam os teólogos e líderes religiosos sobre o quarto mandamento da lei divina.

É fartamente demonstrado pela história que o mitraísmo exercia plena influência no império romano desde o século um. Ainda há templos, grutas e muitos vestígios arqueológicos e históricos sobre o mitraísmo, e se acham presentes nos símbolos e ritos maçônicos. Essa religião, originada na Índia, desenvolvida por Zoroastro no império persa chegou a Roma, ali divulgada, oficializada pelo imperador Aureliano em 272 com um corpo estatal de sacerdotes. Foi adotada por vários imperadores com Cômodo, Nero, Constantino e outros. O mitraísmo tornou-se forte concorrente do cristianismo. O seu deus era o Sol Invicto a quem atribuíam suas vitórias. O domingo era o dia especial de seus rituais. No dia 25 de dezembro comemoravam o nascimento desse deus, ressurgido no solstício do inverno.

O imperador Constantino, na realidade nunca se converteu ao cristianismo, continuou com seus crimes cruéis, porém, extinguiu a perseguição aos cristãos e pacificou as religiões e fez com que o cristianismo, no império romano adotasse a guarda do domingo em honra ao seu deus Invicto Sol em lugar do sábado. O seu objetivo era unificar as forças do império sob o seu comando. O domingo foi adotado pela Igreja Católica embasado no argumento de que seria em homenagem à ressurreição de Jesus e na sua autoridade para mudar. O Cardeal Arcebispo Gibbon (1877-1921) asseverou:

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Poderás ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrarás nem uma só linha que autorize a santificação do domingo. As Escrituras mandam a observância religiosa do sábado, o dia que nunca santificamos. The Faith of Our Fathers, p. 89.

Também vimos anteriormente que os cristãos continuaram, veladamente, observando o sábado, segundo o ensino dos discípulos. Barnabé escreveu: “Nós celebramos o oitavo dia de regozijo no qual Jesus ressuscitou da morte, e depois de transparecido (aos discípulos) subiu ao céu. Alguns, pretensiosamente, pretendem ser este o Barnabé bíblico, o que é impossível, pois este conviveu com Paulo, guardou o sábado e com Paulo sofreu perseguição (At. 13:42-44 e 50). Esse Barnabé – não o companheiro de Paulo, tio de Marcos – chamava o domingo de oitavo dia da semana.

White escreveu que entre os colaboradores do Beneditino Columba Marmion (século 19) – beatificado por João Paulo 2, em 3 de setembro de 2000, e entre os valdenses (do século 12 ao 17) havia alguns observadores do sábado. (O Grande Conflito, ps. 65 e 66)

Martinho Lutero (século 16) comentou sobre o sábado:

“Agora era uma santidade externa entre os judeus, que não trabalhavam aos sábados, comiam, bebiam e vestiam diferentemente. É, então, uma santidade familiar diante de Deus que eu uso roupa diferente, alimento e bebida, em honra ao dia de sábado. O sábado verdadeiro é um dia santo quando é espiritual. Nós observamo-lo quando o nosso coração o celebra. Nós começamos a guardar quando nosso velho Adão cessa de fazer todas estas obras… Mas nós não o guardamos propriamente até que morramos. (What Luther says – An Anthology, V. III, p. 1328)

‘Karl Barth, em Church Dogmatics, III parte 2, p. 62 mostra outro comentário de Lutero em seu Catecismo insistindo em que descansar no dia sagrado não significa simplesmente sentar-se junto à lareira deixando de lado todos os trabalhos, o ataviar-se com as melhores roupas, porém, ocuparmos na Palavra de Deus e exercitarmos nela’. (The Symbols of the Evangelical Lutheran Church, p. 175)

John Murray (1841 – 1914) fez o seguinte comentário sobre o sábado:

“A razão para a sequência trabalho-descanso vem do próprio Deus… não é tanto a vontade de Deus como a conformidade com o modo do proceder divino”.

Não há uma só passagem que autorize a mudança do sábado para o domingo, ou que autorize a adoção do domingo, porém o sábado é eterno e é dia especial de bênção para seus observadores. “Aos estrangeiros que se achegarem a Deus para O amarem… e guardarem o sábado serão por Ele abençoados. (Is. 56:6-7; 58:13-14) Parece estranho? também é estranho amar o inimigo e orar pelos que o perseguem. Pense!

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