Em 7 de maio de 1881, D. Pedro II assinou o Decreto Imperial n° 8.089, concedendo ao Engenho Central de Piracicaba autorização para funcionar, e no final deste mesmo o ano, chegou da França no dia 18 de novembro, a primeira remessa de maquinaria tendo início a sua montagem sob a direção de Antonio Patureaux e Fernando Desmoulin.
Em outubro de 1882 as máquinas do Engenho Central foram acionadas pondo em funcionamento o complexo agroindustrial de enormes proporções.
Quanto ao edifício e maquinário, era composto de oito cilindros com entradas automáticas das canas e saída do bagaço pelas fornalhas com três geradores da força de cem cavalos, servidos por uma chaminé de tijolos, com trinta e cinco metros de altura e três tanques de cobre para saturar a garapa (Carradore, 1990).
Em função das más condições do mercado e pela insuficiência de matéria-prima, o Engenho Central estagnou, e em 1888 o Barão de Rezende passou a ser seu proprietário exclusivo.
Sem alcançar maior sucesso, o Barão de Rezende decidiu vender o engenho em 1899 para três franceses: Sr. Durocher, Fernand Doré e Maurice Allain, que em 1907 fundaram a sociedade anônima ‘Societé de Sucrerie Brèsilliennes’ sendo Maurice Allain, o seu presidente até 1932, quando então foi sucedido por Pierre Allain.
Com os franceses, passou a ser a maior empresa do estado em produção e a mais importante do país, quando da incorporação à ‘Societé de Sucrerie Brèsilliennes’ que compreendia seis usinas, dentre elas a usina de Villa Raffard.
Deve-se a formação, desenvolvimento e progresso deste município, à atuação da Sociedade Anônima Francesa para a “Societé de Sucreries Brésiliennes” – Sociedade Brasileira de Açúcar – que atraiu famílias de imigrantes, notadamente italianos, que vieram à procura de emprego na usina e promessa de melhores dias.
Segundo o historiador Tenente Denizart Fonseca, contente com a expansão da produção da usina de Villa Raffard, Maurice Allain, entre outras iniciativas, colaborou na construção da Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, terminando a obra que fora iniciada por seus moradores.
Também foi de sua iniciativa nos anos de 1929, remodelar a rua principal da então ainda Villa Raffard, mandando que fosse nivelada, e que se colocasse guias, sarjetas, e calçadas, dando-lhe melhor aspecto.
Falecido em Paris no dia 08 de janeiro de 1960, aos 101 anos de idade, esse ilustre cidadão foi grande incentivador do desenvolvimento da região de Piracicaba, que o homenageou colocando seu nome em uma de suas avenidas em reverência à sua memória, reconhecimento e gratidão, e de igual modo recebeu justa homenagem em Raffard, onde a rua principal, tem o seu nome.
Grato por prestigiar nossa coluna com sua inestimável leitura. Um grande abraço.
COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
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