O abandono de vinhas é mais comum do que podemos imaginar, ainda mais em algumas regiões da Europa, onde muitas videiras são antigas.
As causas são diversas, desde baixa produtividade, problemas de qualidade até falta de recursos financeiros.
Na região do Douro, em Portugal, os moradores apelidaram as vinhas velhas, de 80 anos de “vinhas do abandono”. São diversas castas misturadas.
A zona é de intensa exposição solar, com uma enorme quantidade de xisto na superfície, onde nenhuma erva sobrevive.
O produtor tentou replantar as videiras desaparecidas inúmeras vezes, mas somente as cepas muito velhas eram capazes de aguentar condições extremas.
Em 2004 resolveu isolar o terreno e vinificá-las em separado. Tiveram uma enorme surpresa, pois a qualidade era incrível, revelou-se então uma personalidade e carácter únicos.
Por conta disso, a Alves de Sousa, por meio do seu enólogo Domingo Alves resolveu engarrafá-lo e homenagear as vinhas velhas do douro, que um dia desaparecerão, já que no lugar rochoso nenhuma outra videira resistirá, apenas as “vinhas do abandono”.
O rótulo, singelo, apenas com seu nome, sozinho e “abandonado” numa área branca, com letras sugerindo que desaparecerão a qualquer momento.
Como lição de vida para nós, ensina que mesmo diante das condições mais inóspitas de vida, podemos resistir e estar onde quisermos. No caso das experientes e resistentes videiras, sendo engarrafadas e apreciadas pelo mundo.