J.R. Guedes de Oliveira

Rodrigues de Abreu

Benedito Luís Rodrigues de Abreu – Poeta e Escritor. Nasceu em Capivari, na fazenda “Picadão”, em 27 de setembro de 1897. Assinava apenas: Rodrigues de Abreu, poeta, teatrólogo, professor.

Aos sete anos, passou a residir em Piracicaba, onde, em verdade, se iniciou nas primeiras letras, “em escola de sítio”.

Aos doze, seguindo a família, transferiu-se para São Paulo, fixando residência, primeiramente, no Brás; em seguida, na Vila Buarque, onde se empregou numa farmácia, para entregar remédios a domicílio e lavar vidros, até que foi internado no Liceu Coração de Jesus, a fim de aprender um ofício. Esteve por algum tempo no Colégio dos padres salesianos “Santa Rosa”, de Niterói, transferindo-se a seguir para os seminários de Lorena, Lavrinhas e Cachoeira do Campo.

Deixou o seminário por volta de outubro de 1916. Em maio de 18, acompanhou a família, que fixou residência em Capivari, onde trabalhou na Caixa de Crédito Agrícola.

Foi no Colégio que Abreu tomou contato com a poesia; foi lendo a obra de Simões Dias que começou a aprender métrica.

Sua primeira composição, consoante o testemunho de colegas, teria sido “O Famélico”, inspirado no “Pedro Ivo”, de Castro Alves. As mais antigas composições conhecidas do poeta foram descobertas pelo Prof. Carlos Lopes de Mattos (in “Vida, Paixão e Poesia de Rodrigues de Abreu”, Gráfica e Editora do Lar/ABC do Interior, 1986), intituladas “O Caminho do Exílio” e “A Virgem Maria”, ambas publicadas na revista “Ave Maria”, em novembro e dezembro de 1916.

Em Capivari, seus trabalhos eram regularmente publicados pelos jornais locais “Gazeta de Capivari” e “O Município”.

Além de poeta, Rodrigues de Abreu era orador talentoso, exímio ator e grande desportista; foi centroavante e presidente do Capivariano Futebol Clube, para o qual compôs o Hino Oficial.

Rodrigues de Abreu
Rodrigues de Abreu

Fundou o “Grémio Literário e Recreativo de Capivari”, grupo que encenou a revista “Capivari em Camisola”, escrita por Celso Epaminondas de Almeida, na parte em prosa, e Abreu, nas passagens em versos. Seu livro de estreia deveria ter sido “Folhas”, sobre o qual Amadeu Amaral, à apreciação de quem Abreu o havia submetido, assim se referiu: “Depois de Olavo Bilac e Martins Fontes, é o melhor livro de estreia que tenho visto”.

Entretanto, em face de dificuldades de publicá-lo e levado pelo interesse de seu primeiro editor( Amadeu Castanho, redator da “Gazeta de Piracicaba”) de “publicar qualquer coisa que Abreu quisesse”, antes de “Folhas” surgiu o opúsculo intitulado “Noturnos”, datado de junho de 1919, mas que tudo indica tenha mesmo surgido em junho de 1921.

Nesse mesmo ano, retornou para São Paulo, aproximando-se de Amadeu Amaral, tendo trabalhado na revista ‘”A Cigarra”. Foi para Bauru em 1922.

Em 24, teve de ser internado em Campos de Jordão. Data dessa época o lançamento de “A Sala dos Passos Perdidos”, em que, por sugestão de Amadeu Amaral, passou a assinar Rodrigues de Abreu. Em 1925, mudou-se para São José dos Campos, onde esteve até abril de 1927. Surge “Casa Destelhada”.

Em maio de 27, vai para Atibaia e, daí, retorna para Bauru, onde, em 24 de novembro de 1927, faleceu, vítima de tuberculose, sendo sepultado no Cemitério da Saudade da mesma cidade.

Doente desde 1924, Abreu confessara certa vez seu desejo de “ser tuberculoso”, por ser essa a doença que costumeiramente acometia os grandes poetas do passado. Há quem atribua o agravamento da doença ao rompimento do noivado, nesse ano, quando o poeta teria permitido, conscientemente, que a doença tomasse conta de seu corpo.

(Fontes: Jehoval Júnior, Portal S. Francisco e O Organizador)

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