Opinião

Revolução Francesa e a religião

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Por Leondenis Vendramim

A revolução francesa foi um movimento de violentos protestos, principalmente contra a política e contra a religião, na parte final do século 18, que deixou legados para o nosso cotidiano. Políticos e religiosos integrados formavam um sistema odiado pelos cidadãos mais cultos, os filósofos, que sublevaram a classe pobre, mais numerosa.

O rei Luís 14 foi um absolutista extremado e, com seus sucessores, Luís 15 e 16, abusaram dos gastos, da imoralidade, da irresponsabilidade. Padres, bispos, arcebispos e cardeais formavam um conluio depravado com os reis e nobres. Havia confusão em toda a França, mais funcionários do que lugar para o trabalho, muita burocracia e altos impostos. Nobres e líderes católicos nada produziam, mas consumiam lautos banquetes, roupas riquíssimas, eram perdulários à custa do dinheiro público. Suborno, fraude, falta de orçamento e escrituração dos gastos nababescos, além das guerras desastrosas e problemas climatológicos, deixaram o país à beira da falência. Luís 16 entrou na guerra pela independência dos EUA em 1778, deu o monumento da liberdade de presente aos americanos. Os camponeses eram massacrados com altos impostos e quase nenhum direito político e social. As terras pertenciam aos nobres e aos padres, que caçavam e pescavam nessas propriedades arrendadas aos pobres, não importando com o plantio. Aos pobres, isto lhes era vedado, mesmo que fosse para mitigar a fome.

Os cardeais e padres jesuítas tornaram-se conselheiros do rei e usufruía da indolência do governo. A Igreja era a maior proprietária dos feudos e servos, arrendavam até os fornos domésticos, sujeitando a classe camponesa à miséria.

A burguesia, classe crescente, comerciante, aderiu-se aos filósofos, sustentando-os na luta. Rousseau, Voltaire, Diderot, e outros começaram a escrever e a ensinar democracia, república e os 3 poderes: legislativo, judiciário e executivo; pregavam liberdade, igualdade e fraternidade, escolarização gratuita; ensinaram também o ateísmo (Deus não existe), humanismo (o homem é auto suficiente, maior do que Deus, “Deus morreu”), racionalismo (razão é um tipo de deus), panteísmo (todas as coisas e todas as pessoas contém deus) depondo a religião.

É certo que os religiosos eram imorais, ignorantes e os políticos inoperantes e corruptos, contudo os filósofos, e líderes da revolução francesa acenderam um ódio tão avultado que desencadeou um movimento sanguinário inimaginável. Reis, rainhas e religiosos eram guilhotinados; os próprios revolucionários morriam sentenciados por outros revolucionários; a França era tingida pelo sangue humano. No afã de exterminar o absolutismo político e o sanguinolento clero, tornaram-se mais absolutistas e mais cruéis; combateram os violentos com violência mais algoz.

Com Darwin e Lamarck o evolucionismo se fortaleceu contra o ensino de que Deus é o Criador de todas as coisas. Os evolucionistas declaravam que o homem, evoluindo-se de símios conseguiriam alcançar um estágio ideal de vida: conhecimento absoluto, paz perfeita, imortalidade com saúde total.

Não há uma só prova cabal de que o evolucionismo ou quaisquer ensinos ateístas sejam a verdade ou ciência, assim como não se pode provar cientificamente a existência de Deus. São teorias. Entretanto, como os revolucionários franceses, os ateístas hodiernos julgam serem os donos da verdade, proíbem o ensino do cristianismo nas escolas (dizem que o ensino bíblico não é científico) enquanto ensinam o evolucionismo como se fosse ciência (vide a recente resistência na Unicamp contra exposição de religiosos, geólogo, biólogo e arqueólogo, em defesa do criacionismo – impediram os alunos de julgar entre as 2 propostas).

Como eu disse tanto o criacionismo quanto o evolucionismo não têm prova científica, apenas evidências, motivo pelo qual os doutores de ambos os lados admitem que um e outro ensino são teorias. Convido os leitores a concluir e formar sua própria ideia. Mas eu nunca ouvi de um só bandido que tenha sido transformado em bom cidadão pelo ateísmo, enquanto há inúmeros criminosos que se tornaram bons cidadãos e bons cristãos. Você deve conhecer algum!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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