Opinião

Religião e saúde 4

23/06/2014

Religião e saúde 4

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Denizart Fonseca

Religião não é sentimento. Talvez para muitos, hoje, seja um arroubo ou explosão de emoções e fraseados excitantes e quase tresloucados, numa pretensa exaltação a Jesus. São Pedro diz que religião é o homem interior manso e quieto, de comportamento honesto, respeitoso, incorruptível (1 Pe 3:2-4). Jesus esclarece que o cristão deve amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo (Mat 22:37-39). Como se ama aquele que come, bebe, dorme mal arruinando sua própria saúde. Religião, portanto, inclui praticar os princípios da saúde. A Bíblia adverte: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós. Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus que sois vós, é sagrado” (1 Cor 3:16-17). A prática do repouso é um desses princípios, assaz eficiente, que numa era estressante devido à ansiedade, à ganância e ao consumismo, é desrespeitado.

Atualmente há um crescente interesse no rejuvenescimento da pele e recorrem-se a cosméticos e até à cirurgias plásticas. Poucos, porém, se lembram de que a beleza e o viço da pele e do rosto são resultados da paz interna e repouso, de tomar água em boa quantidade, abstinência de bebidas alcoólicas, do fumo…

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O repouso é o meio natural para refazer as energias, reorganizar os sistemas, proporcionar bom humor, elaborar GH (hormônio do crescimento), dar vigor físico e mental, longevidade, regenerar os neurônios e outras células, cicatrizar a pele e ajudar na aprendizagem. A recomendação dos especialistas é que haja um período de 6 a 8 horas de sono, entre as 22 e as 6 horas, no ambiente escuro e silencioso. Quem pretende evitar doenças como Parkinson, Alzheimer, ter pele bonita, sem estresse, e mais facilidade para aprendizagem, deveria estar dormindo nesse horário e levantar ao clarear do dia, principalmente crianças e adolescentes.

Diz a neurologista Giovanna Vasconcelos: “Dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico, durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio de todo o organismo, a curto, médio e longo prazo. Dormir bem, portanto, faz-se necessário para manter-se saudável, melhorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade. O sono é regido por um relógio biológico ajustado num ciclo de 24 horas (chamamos esse estudo de cronobiologia). Os ponteiros desse mecanismo são moldados geneticamente e sua sincronia depende de fatores externos, como iluminação, ruídos, odores, hábitos, vida social, etc… na infância, cerca de 90% do hormônio do crescimento são liberados durante o sono. Crianças que dormem mal têm mais chances de ter problemas no seu desenvolvimento físico”.

Em estudo realizado pela Universidade de Chicago, onze pessoas com idades entre 18 e 27 anos, impedidas de dormir mais de quatro horas durante seis dias, mostraram seus organismos compatíveis ao de pessoas de mais de 60 anos. E os níveis de insulina eram semelhantes aos dos portadores de diabetes. Em outro estudo realizado pela Universidade de Stanford – EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção cometiam mais erros do que pessoas com 0,8g de álcool no sangue (equivalente a três doses de uísque). Tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução de capacidade de planejar e executar tarefas, de coordenação motora, de acumular conhecimentos, criatividade, atenção, memória e equilíbrio.

Deus nos deu o dia para o trabalho e a noite para dormir, e conhecendo o mecanismo do nosso corpo, escurece e mantém silente o ambiente. Sejamos gratos a esse Deus que nos ama. “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde” 3 João 2. Sejamos sábios para não desrespeitarmos Suas normas.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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