Artigo | Por Leondenis Vendramim
O relacionamento familiar é uma questão moral da ética e bíblica, da religião. Jesus disse que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas (inclui pessoas) e o segundo é amar ao próximo como a si mesmo (Mt.22:38-39) Pergunto quem são nossos próximos, mais próximos? Não são a esposa (o) e os filhos? Então estas pessoas são as que mais devemos amar, e amá-los como a nós mesmos. Quem ama usa de gentileza e carinho, cuida para que sejam felizes, procura suprir suas carências, lembra-se de suas datas importantes, fala com mansidão e respeito, age com honestidade, enfim é impulsionado pelo amor. Note o conselho de S. Paulo: “Vós mulheres, sede submissas a vossos maridos… Vós maridos, amai vossas mulheres e não as trateis asperamente (Col 3:18-19). Aos efésios orientou: “…o marido é o cabeça da mulher, como Cristo é o cabeça da igreja (e seu) Salvador… Como a igreja está sujeita a Cristo, assim as mulheres estejam sujeitas em tudo aos seus maridos… Maridos amai vossas mulheres assim como Cristo amou sua igreja, e a si mesmo se entregou por ela…. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo” Ef 5:23-28). Os verdadeiros cristãos se orgulham de que Cristo os ama a ponto de dar-lhes a vida, e, qual é a esposa que não se submeteria e não se orgulharia de ter um marido gentil, bondoso, fiel, que a ama a ponto de se sacrificar por ela, dando a vida se necessário?
Outra orientação paulina: “O amor é paciente, benigno, não inveja, não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente… não se irrita, não suspeita mal… tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amor nunca falha… 1Cor 13:4-8”. Num lar em que o amor impera jamais se disputa liderança, não se fala alto, ou com grosseria, ao contrário, é um lugar de paz, e refrigério onde se refazem as energias para o trabalho cotidiano. Não há inveja, ciúmes (desconfiança) irritação, discussão. Pode haver ideias e opiniões contraditórias, divergências na avaliação, e isto é bom, pois “na multidão de conselheiros há sabedoria” (Pv 11:14), mas não pode haver ardor e aspereza no diálogo. O casal deve lembrar o voto matrimonial, principalmente no aniversário de namoro e de casamento, rememorar os momentos gostosos da cerimônia, então trocar declarações amorosas e pedir a Deus as bênçãos sobre a família. O voto, amar na alegria na tristeza, na saúde e na enfermidade, na fartura e na pobreza, deve ser praticado por ambos.
Os casados devem incutir na mente a orientação: “… não são mais dois, mas uma só carne, o que Deus ajuntou não separe o homem” Mt 19:6. Ser uma só carne é ter empatia, como dizem os etólogos, isto é, perceber as preocupações, a tristeza, a enfermidade do (a) esposo (a) e oferecer o “ombro amigo”, é colaborar nas tarefas mutuamente, é saber o porquê do semblante carregado do marido ao voltar do trabalho. Empatia é sofrer juntos, sentir e participar das dores, um do outro, e, também gozar juntos da felicidade. É saber, sem palavras, o que acontece no âmago do (a) esposo (a). Quando são uma só carne, não se ferem com repreensões ásperas e muito menos com agressões físicas, pois o que dói num, o outro sente.
Outro bom aglutinador do casal é o diálogo. Havendo problemas, o diálogo esclarece, apara as arestas, harmoniza; se não há problemas, serve como relaxante, e melhor ainda se inclui elogios, então, aumenta a confiança mútua e o amor é revitalizado. Vale à pena desligar um pouco a TV e até mesmo estabelecer um período, de meia hora que seja para o casal, a sós, namorar, curtir um ao outro.
Deus, o originador do casamento, é a mais forte liga do casal. Ele disse “Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma adjutora que lhe corresponda” Gn 2:18; e no v. 24 “… deixará o homem ao seu pai e sua mãe, e unir-se-á à sua mulher”. Quer dizer devem viver na sua casa, sem sogra e sem sogro (a não ser por necessidade).
Diz o ditado popular: “Sogra não deve morar tão perto que possa vir de chinelo e nem tão longe para trazer mala”.