Artigo | Por Leondenis Vendramim
O homem é um ser com diversas capacidades indissociáveis: física, mental, espiritual, social… Não há como separá-las. Quando o fígado está mal, a mente não funciona bem, a vida social fica esquecida, a espiritual não atua como deve. Pode ser um bom profissional, o homem que falta ao trabalho por estar doente todas as semanas? Ser um bom religioso aquele que prejudica sua própria saúde? A mente influi no físico e vice versa. Pense por um momento que você vai chupar uma fatia de limão. Imediatamente as glândulas salivares enchem sua boca de saliva para neutralizar a acidez do limão. Diz a escritora Ellen White: “A mente rege o homem todo. Todas as nossas ações, quer sejam boas ou más, originam-se na mente”. Mente, Caráter e Personalidade, p. 570. A neurociência descobriu recentemente que o pensamento é a maior causa do esgotamento físico, mental, nervoso e do estresse, e que é a base da formação do caráter. Salomão no século 9 a.C. já dizia: “Como o homem se imagina no seu coração, assim é” Pv 23:7. Cristo ensinou: “Do que há em abundância no coração (mente) disso fala a boca.” Mt 12:34. A verdadeira educação é o desenvolvimento harmonioso dessas faculdades citadas acima. Deus nos responsabiliza pelo desenvolvimento delas.
O papa João Paulo 2 disse que “a ética é um processo irreversível”, quem não se pautar por ela não terá emprego. As empresas procuram por pessoas que tenham capacidades técnicas e conhecimentos para o trabalho pretendido, mas principalmente que sejam capazes de trabalhar em grupo e liderança e sejam éticos.
Um professor de grego disse em sua primeira aula: “Eu sou inimigo dos bons alunos e dos bons profissionais”. Um aluno questionou: Como? O professor respondeu: “Eu só aprecio os melhores”. Júlio S. Schwantes, no seu livro “Colunas do Caráter” escreveu uma história: Um rei da Pérsia selecionou três dos melhores tapeceiros e pediu-lhes que fizessem o melhor tapete para o seu palácio. Depois de certo tempo trouxeram-lhe os tapetes. O rei disse ao primeiro: “Este é o melhor que você pode fazer?” “Sim, fiz o melhor.” A mesma pergunta fez ao segundo, e obteve a mesma resposta. Repetiu a pergunta ao terceiro que respondeu: “Fiz o melhor, mas creio que posso melhorar ainda.” O rei contratou o terceiro porque os dois primeiros já estavam satisfeitos com o que haviam conquistado, não progrediriam. O homem é um ser imperfeito, e por mais conhecimento e habilidades que possua, sempre poderá aprimorar, e assim é com a moral. Os soberbos, orgulhosos, os sábios e capazes, nunca crescem porque não sentem necessidade. Estão satisfeitos. As empresas procuram aqueles que são ávidos por aprender. Kellie T. Wardman, consultor empresarial, diz que precisamos estar atentos, aumentando continuamente a capacidade de aprender. (Criando Organizações que Aprendem p.11. Quando Jesus selecionou seus principais discípulos, não os escolheu dentre os mestres fariseus, cheios do saber, mas entre os humildes porque estes receberiam ensinamentos. Se quisermos aprender temos de ser aprendizes. Diz o ditado citado por Shwantes “Só é velho aquele que deixa de aprender, quer aconteça aos 20 ou aos 80 anos”.
Certa vez, os discípulos discutiam sobre quem entre eles seria o maior. Jesus lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, deverá o último, e servo” Mc 9:35. A ética de Jesus difere do padrão moral de certos líderes religiosos, políticos e empresariais. Para Jesus o verdadeiro líder é aquele que serve. Ele mesmo deu exemplo: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus… a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo… em semelhança de homem… a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente, até à morte… Pelo que Deus o exaltou…” Fil 2:5-8. Eu vos dei exemplo… para que façais também… o servo não é maior do seu Senhor” “…felizes sereis se praticardes” João 13:15-17 “Diante da honra vem a humildade” Pv 15:33.
Quer ser feliz e próspero na empresa e na sociedade? Seja ético, siga as orientações de Jesus, embora nos pareçam esdrúxulas.