Reflexões para um novo ano: Conversão, Comunhão e Compaixão
2025 já está a todo vapor! E com um novo ano se sucede um momento propício para refletirmos sobre nossa jornada espiritual e nossos compromissos como cristãos, renovando-os e os fortalecendo. E, para fortalecê-los, vamos partir de três pilares fundamentais que podem guiar nossas reflexões e ações para o ano vindouro: CONVERSÃO, COMUNHÃO e COMPAIXÃO. Cada um deles é essencial para vivermos plena e profundamente o Evangelho.
CONVERSÃO
A conversão é o processo contínuo, constante, de transformação do coração e da mente, voltando-nos para Deus. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados” (Atos 3,19). A conversão é mais do que um momento único e “mágico”; é, sobretudo, um convite diário para nos alinharmos com os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, até o ponto de eles tornarem-se ordinários, habituais em nossa vida.
Em sua encíclica “Evangelii Gaudium”, Papa Francisco nos exorta: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. […] Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria” (EG 1). Que em 2025 possamos buscar essa renovação constante, permitindo que a alegria de Cristo transforme alegremente nossas vidas ao converter para Ele nossos corações!
COMUNHÃO
A comunhão nos chama a viver em recíprocas harmonia e unidade com nossos irmãos e irmãs na fé. E como não é fácil, embora seja simples! Arrisco em dizer que a passagem bíblica que melhor expressa a riqueza da comunhão advém de um legado deixado por Nosso Senhor: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20).
A verdadeira comunhão vai além das paredes da Igreja, estendendo-se para nossas comunidades a partir dos relacionamentos diários. Em outra encíclica, a “Fratelli Tutti”, o Santo Padre nos convida a construir a “fraternidade universal”, via segura para um mundo mais justo e pacífico: “O amor social é uma força capaz de suscitar novos caminhos para enfrentar os problemas do mundo de hoje e renovar profundamente as estruturas, organizações sociais e ordenamentos jurídicos” (FT 183). Fica o convite para, em 2025, fortalecer nossa comunhão, trabalhando juntos pela paz, justiça e fraternidade.
COMPAIXÃO
Finalizando, temos a compaixão, expressão prática do amor de Cristo manifestada em ações concretas de cuidado e de misericórdia. É “prática” e “concreta”, porque o amor e o bem não podem ficar somente em palavras ou discursos bonitos. Na chamada “multiplicação dos pães”, veja como Nosso Senhor fazia: “viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou seus doentes”, depois lhes dando de comer pão e peixe multiplicados milagrosamente (Mt 14,14 e ss).
Uma vez constatada a necessidade do outro, a compaixão nos impele a agir em resposta. Novamente Papa Francisco, em outra encíclica, a “Laudato Si”, lembra-nos da importância de cuidar da criação, aqui entendida nossos semelhantes e a natureza que nos cerca: “Um sentimento de profunda comunhão com o resto da natureza não pode ser real se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos” (LS 91). Possamos, em 2025, cultivar a compaixão em nosso coração, estendendo-a a tudo e a todos!
Estimados leitores: ao entrarmos neste ano jubilar como “Peregrinos de Esperança”, sinceramente desejo que nossas vidas fiquem marcadas pela sincera conversão, por uma profunda comunhão e por uma compaixão ardente! E que pela intercessão de Santa Maria, Mãe de Deus, tornemo-nos testemunhas vivas do amor de Cristo, sinais de esperança e de luz neste mundo tão ferido! Fraterno abraço!
Rogério Sartori Astolphi
Juiz de Direito