Opinião

Recordando Villa Raffard IV

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Denizart Fonseca

Na boa intenção de recordando, “matar a nossa saudade”, e ao que resta dos antigos aqui moradores, prosseguimos “contando a história” dos bons tempos que para a tristeza de todos que amam este pedaço de chão, não voltarão jamais.

Como já foi dito, matriculados no Grupo Escolar recebemos no 1º ano as primeiras luzes, famoso B+A= BA, do Professor Oscar Stein, no 2º ano, as lições da Professora Dna. Lucrecia e no 3º ano do Professor Jordão, sendo o 4º ano realizado na cidade de Itápolis onde recebemos o Certificado de Conclusão do Curso Primário.

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Antes de nos mudarmos de Raffard, iniciamos um Curso Preparatório para o ginásio, criado e ministrado pelo Prof. Cesarino Alvino Sega, em companhia dos colegas: Mário Ruzza, Helena Albertini e Marina Rosato. Das nossas traquinagens, lembramos dentre outras, do aprendizado em natação no “pau torto”, um pequeno córrego afluente do então Rio Capivari, para o qual, considerados aptos, éramos promovidos. Essas incursões eram feitas após visita (entrava um garoto sorteado cada dia), ao pomar de laranjas baianas de propriedade do Sr. que, por seu porte avantajado era conhecido como Domingão, para apanhar as frutas e atira-las aos colegas. Outras aventuras como essa feitas com mangas e jabuticabas em chácaras também fechadas, mas não o suficiente para impedir a entrada dos moleques.

Ao longo do rio havia grandes árvores de cujos galhos mais altos, nos atirávamos em competição, assim como o teste de fôlego para em mergulho tentar atravessa-lo, façanha que apenas Leonel Groppo, Ângelo Marreto e Zito Fonseca conseguiam realizar em local de grande largura, chamado “areião”, logo abaixo da “ponte da bomba”. Retornando às famílias nos lembramos da Cortelazzi com o Sr. Plácido auxiliado pelos filhos Aldo, Temístocles e pelo ótimo profissional Sr. Albertine mantinha a ferraria fabricando em ferro e outros metais, peças a maioria para carroças. Era agradável ouvir-se a sinfonia dos variados sons emitidos pelas ritmadas batidas das marretas de dois ferreiros na bigorna e no metal bruto incandescente que; após passar pela forja onde carvões de pedra com a chama ativada por um fole acionado manualmente, ia lentamente tomando forma. A sonoridade de uma verdadeira música harmoniosa provocada pelas marretas batendo na bigorna permanece saudosamente em nossos ouvidos. No lado oposto da oficina ficava a alfaiataria do Xixo de Campos e na esquina o Grupo Escolar de Raffard. Seguindo a Rua Maurício Allain, atravessada a Rua José de Moraes Barros havia o armazém do Sr. José Gimenes que residia com a família em pequeno imóvel de altos e baixos. Na frente daquele armazém funcionava no térreo a Agência dos Correios tendo como Agente o Sr. Paulino Pellegrini, residindo no piso superior com sua família, prédio que tinha ao lado outro armazém de propriedade dos Srs. Teodomiro de Camargo e Pompeu Pasqualini. À direita dessa casa de secos e molhados, havia o Cine Teatro Para todos, onde eram realizados vários eventos além da projeção de filmes ainda sem som, como: festas de formaturas, peças teatrais, rinque de patinação, lutas de Box e recepções á altas personalidades que nos visitavam.

Cidadania

Muitas pessoas vêm nos apoiando quanto as criticas construtivas que fazemos em benefício da população, o que nos incentiva a prosseguir baseados no querer bem e gratidão que muitas vezes comprovamos, dedicarmos à este pedaço de chão que nos adotou.

O Regulamento de Trânsito continua sendo desrespeitado, com veículos pesados passando pelas ruas centrais e estacionando ostensivamente junto a placas proibitivas alguns estacionados. As faixas amarelas são apenas enfeites, pois raros motoristas as respeitam. Buracos já existentes somados aos abertos pela rede de água e esgotos para reparos, continuam com apenas uma camada de terra em cima, motociclistas passando em desabalada corrida dentro do perímetro urbano, os tais caminhões que também carregados “dormem nas ruas” para saírem de madrugada com o barulho dos motores perturbando os vizinhos, muitos idosos, sem que qualquer providência seja tomada para “por a casa em ordem”. Este lugar está uma meleca, sem ordem e abandonado o que é uma tristeza e decepcionante pela imerecida confiança depositada ao elegermos a atual administração.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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