02/04/2016
Reajuste de medicamentos deve chegar a 12,5%
Cerca de 19 mil produtos devem ter o preço reajustado acima da inflaçãoSAÚDE | Cerca de 19 mil medicamentos devem ficar mais caros a partir desta sexta-feira, 1º de abril. O reajuste pode chegar a 12,5%, ficando acima da média de inflação, que ficou em 10,36% no mês de fevereiro. Algumas farmácias já avisaram os clientes para antecipar as compras, mas a notícia não agradou.
É a primeira alta acima da inflação em dez anos. A estimativa é da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, baseada na fórmula definida pelo Governo Federal. O reajuste oficial foi anunciado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
O cálculo da Interfarma considera 10,36% de inflação, medida pelo IBGE, entre março de 2015 e fevereiro de 2016, e 2,14% referentes à alta do dólar e aos encargos de energia elétrica.
Segundo a associação, o consumidor deve sentir o aumento no preço dos remédios aos poucos, à medida que as farmácias forem comprando os lotes. O reajuste foi autorizado pelo governo federal. “Vai ser ruim demais, porque já está caro”, reclama a aposentada Geralda Maria Teixeira.
Para se chegar ao percentual são analisadas a produtividade da indústria, concorrência do setor farmacêutico e o custo dos insumos e da matéria prima. Além disso, os produtos sofrem influência de outros aumentos, como o da energia e do frete para transporte.
“A maioria dos medicamentos tem a matéria prima importada. O aumento do governo começa a valer dia 1º de abril e vai pesar mais no bolso do consumidor”, explica o farmacêutico Abeides Bernardes.
Só que o reajuste não deve chegar imediatamente para os consumidores. Isso porque tem muito medicamento parado no estoque das farmácias. Por causa disso, o aumento só deve ser repassado em cerca de dois meses. Mesmo assim, é possível que nos próximos dias os preços fiquem mais altos.