30/11/2015
Raffard – Memória IV
Artigo | Por Denizart Fonseca
Como citamos no comentário anterior a Fazenda Itapeva, pela sua origem, deveria ter sido o que hoje é Capivari, só não ocorrendo pela mudança do trajeto desenvolvido pelos bandeirantes que; embora houvessem lá deixado uma aldeia, desviaram-se para a esquerda.
Os seus moradores com ideia de ali permanecem além de cuidarem do solo iniciando plantação de árvores frutíferas, verduras e legumes edificaram uma capela onde eram realizados: missas aos domingos, batizados, casamentos e orações pelos mortos a serem sepultados em pequenos espaços de terreno separado para cemitério.
Com o passar dos anos, foi aumentando o número de residências e outras obras para suprir as necessidades dos moradores, inclusive uma escola rural. Os mantimentos eram adquiridos na Villa, geralmente na Cooperativa dos servidores do Engenho Central, cujas despesas eram anotadas em cadernetas para serem pagas após o recebimento dos ordenados no final do mês. Os mantimentos eram transportados em caminhão dirigido por Armando de Biási, funcionário do Engenho, servindo na Cooperativa.
Uma particularidade da Fazenda Itapeva: ali teve origem á letra da canção “Piracicaba”, de autoria de Newton de Melo, professor que classificado para lá lecionar, tendo que; cansativamente vir e voltar diariamente pela Estrada de Ferro Sorocabana, triste e amargurado inspirado na ausência de sua cidade natal e consequentemente afastado da namorada, redigiu a poesia que posteriormente, com a parceria do cirurgião dentista, violinista e seresteiro Dr. Erasto da Fonseca residente em Raffard, musicou, transformando-a em Hino de Piracicaba, conhecido até no exterior.
Com a saída dos franceses, passando a propriedade da indústria de açúcar e álcool por vários donos, aquela fazenda como as demais, ficou no esquecimento, abandonada, sendo os seus moradores intimados a deixar as casas. Felizmente a atual administração (agora Município de Rafard), liderados pelo pesquisador, historiador e excelente administrador, o ex-prefeito Heitor Turolla, interessados em preservar a história da jovem “Cidade Coração”, mandou restaurar a Capela São João Baptista existente na sede da Fazenda Itapeva, manteve as residências e autorizou a construção de outras, com o material das que haviam sido demolidas.
Varias reuniões foram realizadas pelo grupo, com a participação de membros do Legislativo e Executivo, com o objetivo de analisar e encontrar solução para que aquele recanto não permanecesse abandonado, contando sempre com o necessário apoio da Rádio FM e Jornal locais, nas pessoas dos seus proprietários, bem como a imprescindível presença de um competente representante dos proprietários da Fazenda. Até onde sabemos, seria instituída uma Comissão escolhida pela Prefeitura para: às suas expensas e responsabilidade administra-la.
Como em todas as iniciativas em prol do progresso local que temos apoiado e participado, fazemos sinceros votos de que não tenhamos perdido o tempo com entrevistas, fotos da Capela, antes e depois, missa de sua reinauguração, programas na Rádio, artigos nos jornais, não caia no ostracismo, voltando ao que era. Aguardaremos esperançosos pela preservação desse ponto turístico.
Cidadania
Decepcionados e envergonhados continuamos assistindo os descalabros das ruas sujas, onde maus elementos atiram por cima dos muros, lixão que permanece a semana toda impedindo a passagem de pedestres em trechos das calçadas. Havíamos prometido não nos envolvermos mais na tentativa de: com palavras e exemplo ensinarmos alguns detalhes de boa educação e pratica de cidadania aos carentes, ao notarmos que aqui, ao contrário do ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, temos: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que acabe a água”, estamos abrindo uma exceção para alertar quem de direito para o desrespeito ao Regulamento do Trânsito que se verifica constantemente, agora agravado por um idiota que diariamente desce a Rua Moraes Barros em alta velocidade levando na “garupa” da motocicleta uma criança! Necessário se faz um arrocho nesse mau caráter para que não ponha em risco a vida de pessoas em especial da menor que transporta. Se ocorrer uma desgraça, não terá sido por falta de aviso.