20/11/2015
Raffard – Memória III
Artigo | Por Denizart Fonseca
Seguindo pela Rua Tietê, passávamos por uma encruzilhada com pequena construção que; tendo em cima uma cruz ficou conhecida como “cruzeiro”, onde acendiam velas e rezaram pela alma de uma pessoa que ali havia sido assassinada.
Descendo a estrada, passando a ponte de madeira, muitas pessoas, (até famílias), aos domingos nas terras da Fazenda Santa Rita, ás margens do Rio Capivari se distraiam pescando nas “escadinhas” da represa, lambaris e manjubas e nas pedras, cascudos que; limpos, eram assados para o lanche acompanhado por refresco de capilé fabricado pelos Braggions.
Havia ali uma usina hidroelétrica que; muitos anos depois foi carregada pela caudalosas águas do rio (assim como a ponte), durante um temporal que afetou toda a região.
Na bifurcação, da Rua Tietê com a estrada São Bernardo (informamos que fomos pelo amigo Nêne Chiarini), nos primórdios da Villa, em uma grande árvore ali existente funcionava um “açougue”, onde os bois suspensos pelos pés eram sacrificados e pelos magarefes a carne era selecionada , pesada e vendida.
Daquele ponto até a Fazenda São Bernardo, em ambos os lados da estrada, havia plantação de frondosas e bem cuidadas árvores por determinação do administrador Sr. Mialhe.
Na estrada da Fazenda São Bernardo havia uma compacta plantação de bambus grossos e amarelos formando uma bela e agradável alameda, à esquerda da qual residia o administrador Dr. Piatiníski de nacionalidade russa. Na parte central havia além das residências, a pracinha com: uma grande venda de secos e molhados, farmácia onde o Edson atendia aos doentes, uma capelinha, uma Sede onde aos sábados, um conjunto musical formado por Alcides no cavaquinho, Zito no violão e voz e no pandeiro o Moreno, animava o baile das 20 às 22 horas.
No escritório trabalhavam, além do chefe Sr. Henrique Diez, os escriturários Armando de Biási, Luiz Vicentin, Armando Loatti, Denizart Fonseca (estes dois, alterando-se até em sábados, domingos e feriados, atendiam a mesa telefônica), e Gijo Cereser, tendo como chefe geral o Sr. Mialhe.
Estamos entrando agora no setor da Fazenda Itapeva que pela histórica memória merece um capitulo especial, pois sua origem data de 1875, quando bandeirantes ali acamparam a beira do rio, deixando muitas famílias e formando um vilarejo, seguindo a sua caminhada de desbravadores dos sertões. Havia ali além das casas de alvenaria, uma capela para as cerimônias litúrgicas: missas, casamentos, batizados e cemitério. Muitos anos depois até escola de ensino primário. Com a mudança da rota, os bandeirantes fizeram o mesmo com o lugar que; devido ao grande número de capivaras habitando o rio que banhava aquelas terras, recebeu o nome de Capivary , posteriormente Capivari que se desenvolvendo e progredindo rapidamente tornou-se a sede da Comarca.
Prosseguiremos, vasculhando a memória para levar aos saudosistas trechos da história desta terra cognominada “Cidade Coração”.
Cidadania
O sério problema com o fornecimento de força e luz para este Município, continua insolúvel. Ameaçou chuva, a luz após duas ou três ameaças se vai por longo tempo, até horas, assim como outros tantos, incluindo as “cabeças ocas” que; ao invés de varrer continuam lavando as calçadas ignorando que o precioso líquido deve ser usado com parcimônia, pois está cada vez mais escasso.
Estamos assistindo a abertura de muitos loteamentos o que certamente irá colaborar com a vinda de novas famílias aumentando o número de habitantes, dando trabalho para muita gente e certamente contribuirá para o progresso da região. Parabéns.