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Quentão ou Vinho Quente: entenda a diferença

Antes de falarmos sobre as diferenças, vou te contar (bem rapidinho) onde surgiu o quentão. Resumindo: não existe consenso sobre a origem do quentão.

Há quem diga que a bebida foi criada no interior de Minas Gerais e São Paulo, quando a população resolveu adicionar especiarias à cachaça para aquecer o corpo durante as festividades comemorativas de junho. Mas há também quem diga que a bebida tem sua origem ligada ao ciclo da cana-de-açúcar, ainda nos primeiros anos de colonização.

O certo é que a produção canavieira e a dificuldade de acesso a outras bebidas destiladas permitiu a criação de uma bebida saborosa, tipicamente brasileira e que ganha cada vez mais fãs!

Foto: Reprodução internet

Onde surgiu o Vinho Quente?

Diversas nações dizem ser o berço dessa delícia, mas o registro mais antigo que se tem é no século 2, ou seja, o vinho quente foi criado pelos romanos para combater o frio.

Como eles conquistaram grande parte do território europeu ao longo do século seguinte, a receita acabou se espalhando por todo o império. Durante a Idade Média, a popularidade do líquido fumegante aumentou ainda mais quando começaram a acrescentar especiarias – acreditavam que a receita ajudaria a combater doenças.

Aqui no Brasil, a combinação veio com a chegada dos portugueses e foi associada às festas católicas, que homenageavam os santos no mês de junho. Não demorou a se tornar um clássico de sabor inconfundível, com muitas frutas, cravo e canela.

Agora que você já sabe um pouquinho da história de cada uma dessas bebidas, vamos à única diferença que existe entre as duas. Basicamente, o que difere o quentão de vinho quente é que o primeiro leva cachaça, e o segundo leva vinho (como o próprio nome sugere) em sua receita. As duas bebidas são deliciosas, super fáceis de fazer e combinam super bem com climas mais frios.

Em terras brasileiras, com a abundância da cana-de-açúcar no período colonial, o vinho aquecido deu lugar à cachaça – embora tenha regiões do país, como a Sudeste, que mantêm a produção das duas bebidas (chamadas de quentão e de vinho quente) durante as festas juninas. Aliás, também é possível encontrar brasileiros que chamem vinho quente de quentão – e não se trata de um erro.

É o caso do Sul, provavelmente por causa da maior oferta da bebida por lá, cuja produção começou com a imigração, em especial, dos italianos. Já nas regiões Norte e Nordeste, o quentão feito de pinga, bem brasileira, impera.

Érica Falsirolli Franchi

Érica Falsirolli Franchi, sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers/ Subseção Campinas e certificada internacionalmente pelo Centro Italiano di Analisi Sensoriale – CIAS INNOVATION.

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