Artigo | Por Padre Antônio Carlos D’Elboux
Quaresma é um tempo litúrgico de quarenta dias que se inicia na quarta-feira de Cinzas e vai até o Domingo de Ramos. Este período lembra os 40 anos em que o povo hebreu ficou andando no deserto rumo à Terra Prometida e os 40 dias em que Jesus ficou em jejum e oração no início de seu ministério. Quaresma é um tempo forte para que nós nos esforcemos no crescimento espiritual. Suas palavras de ordem são: oração, esmola, jejum e penitência.
Oração é uma conversa com Deus. Falamos a Deus de tudo o que nos envolve e sobre aquilo que está dentro do nosso coração. É certo que Deus sabe tudo sobre cada um de nós, mas na confiança e na esperança nos abrimos com Ele. Na oração vamos aprendendo que devemos nos deixar orientar por Deus. O importante não é o que queremos, mas sim o que Deus sobre nós. A vontade de Deus é que deve predominar em nossa vida.
A esmola nos leva a sair de nós mesmos e a não ficarmos egoístas, mas a aprendermos a distribuir tantas coisas que Deus nos possibilita. Quanto mais nos abrirmos às necessidades dos irmãos e das irmãs, mas cumprimos o projeto de Deus que deseja que todos os seus filhos e filhas possam viver dignamente e colaborar para que os demais também sejam respeitados e tenham uma vida digna e decente, conforme o plano de Deus.
O jejum nos ensina a deixar de lado tanta alimentação e bebidas supérfluas. Não temos necessidade de tomar cerveja ou refrigerante todos os dias e em todas as refeições. A melhor bebida ainda continua sendo a água. O jejum nos mostra que além dos excessos de alimentos e de bebidas que devem ser evitados, podemos fazer o jejum da língua, não falando mal de ninguém, procurando falar sempre bem dos outros, não ofendendo quem quer que seja.
O tempo quaresmal é oportuno para incentivar-nos à prática da penitência em vista dos nossos pecados e os de nossas famílias ou comunidades. Todos somos pecadores diante de Deus e necessitamos de nos penitenciar por tais pecados. As penitências podem ser as mais diversas, desde que nos estimulem na prática do bem, da justiça e da fraternidade. Ao penitenciarmos não precisamos ficar falando aos outros o que estamos fazendo. Deus sabe o que é melhor para todos.