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“Quando o ego fala mais alto a humildade deixa de existir e isso é péssimo”, pontua Brigati

Para Marco Brigati, está faltando humildade no relacionamento entre os políticos (Foto: Túlio Darros/O Semanário)

O vozeirão de locutor do 1º secretário da mesa diretora da Câmara de Rafard chega a confundir os que acompanham as sessões ordinárias pela rádio ou pela internet. Mas não se engane, é o vereador Marco Antonio Brigati, 51 anos, militante do Partido Popular Socialista (PPS). Em seu segundo mandato consecutivo, Brigati mantém um discurso clássico, recheado de palavras rebuscadas e com timbre forte, para cobrar, criticar ou agradecer durante o uso da tribuna livre.

“Gostaríamos de ajudar mais”, espera o vereador, que acredita que o ego tem falado mais alto que a humildade no relacionamento entre Executivo e Legislativo. Em entrevista exclusiva para o jornal O Semanário, Brigati fala sobre as preocupações, expectativas e avalia o trabalho dos dois poderes, bem como, apresenta suas conquistas. Confira:

O Semanário – De 2017 para cá, entre tudo o que fez como vereador, o que considera como principal?

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Brigati – Nesses últimos 19 meses como vereador tentei buscar recursos junto aos deputados do meu partido, visando melhorar as condições financeiras da prefeitura, para investir em diversos setores, porém, somente duas emendas parlamentares foram destinadas a Saúde. Trabalhei também fiscalizando o Poder Executivo em todos os âmbitos, buscando sempre o que de melhor a população necessita.

O Semanário – Tem conseguido pôr em prática as propostas apresentadas à população nas eleições de 2016, quando ainda pleiteava um cargo no Legislativo?

Brigati – Nem sempre se consegue colocar em prática as propostas e aquilo que realmente, nós como vereadores, queremos que aconteça, pois não existe verba destinada a nenhum dos legisladores do nosso município para podermos fazer algo que pretendemos.

O Semanário – De modo geral, que análise você faz sobre a atuação do Legislativo nesses 19 meses de gestão?

Brigati – O papel do Legislativo está caminhando como manda a lei, pois é o papel da Casa de Leis apurar qualquer tipo de irregularidade cometida pelo Executivo, e isso, os vereadores tem feito com excelência, embora muitos entraves dificultem a ação ou o melhor desempenho para que nosso trabalho possa fluir mais.

O Semanário – Até agora, como avalia o trabalho do atual governo municipal?

Brigati – Vemos muitas dificuldades na atual gestão e uma delas é a não existência do diálogo entre o Executivo e o Legislativo, que acaba levando ao descontentamento dos vereadores, pois a nossa vontade era poder ajudar muito mais o Executivo. Tudo isso pode estar acontecendo devido a não aceitação de ideias, pois quando o ego fala mais alto a humildade deixa de existir e isso é péssimo.

O Semanário – O senhor se considera situação ou oposição ao atual governo? Por que?

Brigati – Me considero situação quando as coisas fluem para que o resultado seja satisfatório a população, que é realmente o alvo a ser atingido, e oposição quando aquilo que está sendo oferecido ao povo não condiz com tudo aquilo que fora prometido, pois o nosso maior patrimônio é o povo.

O Semanário – Alguns vereadores falaram em perseguição política do atual governo, o senhor sofreu algo nesse sentido? O que?

Brigati – Nunca sofri nenhum tipo de perseguição, pois dentro da minha ética nunca houve motivo para que eu fosse perseguido, além do que, tenho uma relação de amizade com o atual prefeito que não fora adquirida dentro da política. Porém deixo bem claro que o meu papel de fiscalizador é colocado em prática, pois temos que distinguir uma coisa da outra.

O Semanário – Na sua visão, qual a maior dificuldade no relacionamento com o prefeito Uil Maia?

Brigati – São as divergências de ideias e algumas atitudes tomadas ou algumas faltas de atitudes que acabam por desagradar tanto a população como aos vereadores.

O Semanário – Qual a maior dificuldade em conseguir recursos para o município?

Brigati – O problema maior em conseguir verbas é que o reduto eleitoral de muitos deputados não é a cidade de Rafard, pois, por se tratar de um município pequeno, os olhares dos deputados estão voltados a cidades com um contingente maior de eleitores. Mas, mesmo assim, obtivemos muitas emendas conquistadas por quase todos os nobres colegas vereadores, conforme já anunciadas em sessões camarárias.

O Semanário – O senhor é a favor ou contra a reabertura da Unidade Básica de Saúde 24h em Rafard?

Brigati – Na verdade eu fui contra o fechamento da UBS na gestão passada, porém, baseado e amparado em leis, o ex-prefeito resolveu fechar a UBS. Hoje, para reabrir a referida Unidade tenho quase convicção que seria impossível, devido as exigências para se cumprir as normas que regulamentam a abertura 24 horas.

O Semanário – Na sua opinião, já que Rafard não conta com especialidades, não seria mais viável financeiramente fazer o repasse para a Santa Casa, que é o hospital referência para os casos mais graves?

Brigati – Na minha opinião seria mais viável que isso acontecesse, pois eu, particularmente, já estive em conversa com o prefeito e ele estuda a possibilidade de voltar a fazer o repasse para a Santa Casa de Capivari. Como frisado, financeiramente e por não termos especialidades, seria muito mais cômodo e vantajoso para todos e quem ganharia com isso seria a população, que depende de um atendimento mais digno.

O Semanário – Quais os seus principais projetos apresentados como vereador?

Brigati – Dizer em projetos apresentados, encontramos dificuldades, pois ao onerar os cofres públicos fica na mão do Executivo pô-los em prática ou não, pois o que nós acompanhamos, nenhum dos projetos apresentados pelos vereadores foram executados, tudo por conta de gastos, e além de tudo não é de competência dos vereadores determinados projetos.

O Semanário – Quais as suas expectativas quanto ao futuro de Rafard quando se fala em:

Brigati – Minhas expectativas não são pessimistas, mas sim preocupantes pois:

Água – é escassa e teremos que investir pesado para que a população não sofra com a falta dela.

Emprego/renda – Dificuldades no emprego pois as empresas necessitam de infraestrutura para se instalarem no local e isso não é oferecido da maneira como deveria e, além do que, nossos jovens, após formados procuram fora do município colocações para suas profissões e, por não termos mão de obra qualificada, o percentual será inferior aos menos favorecidos pela formação profissional.

Usina – Deveríamos, mais especificamente o Executivo, exigir mais da empresa, pois o município recebe muito pouco em relação a tributos que deveriam ser repassados ao município e não são, pois tudo aquilo que poderia ficar nos cofres de Rafard, vão para outras cidades.

Comércio – Deveríamos dar uma atenção especial ao comércio, pois vemos hoje, que ao invés de consumirem no comércio local, a população se desloca para outra cidades, talvez por falta de opção.

Indústria – Investir mais no nosso distrito, proporcionando que mais indústrias se implantem no nosso município.

Cultura/Turismo – Dar ênfase maior para que nosso município seja explorado e conhecido por nossas riquezas culturais, incentivar a população a se envolver mais com a Abaçaí, que promove cultura gratuitamente.

Esporte – Trabalhar muito mais nossos jovens, proporcionando a eles o incentivo a prática do esporte e, ao grupo Sempre Jovem, dar todo apoio.

Saúde – Dar toda atenção aos usuários do SUS, um atendimento digno para que sejam tratados com carinho e dedicação, promover palestras visando o bem estar da população.

Lazer – Manter nossas praças de lazer em perfeitas condições para convivência e harmonia com a natureza.

O Semanário – Considerações finais.

Brigati – Agradeço ao jornal O Semanário por esta oportunidade de poder expressar um pouco do pensamento dos vereadores e me coloco a inteira disposição para poder ajudar naquilo que for preciso. Obrigado a todos.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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