Artigo | Por Maria Regina Canhos*
Recentemente fui vítima de uma ação criminosa. É difícil dizer até quando seus efeitos vão permanecer em minha mente e em meu coração. Foram dez horas de puro terror, tortura psicológica e ameaças, além da sabotagem do meu veículo particular e roubo das chaves da minha residência.
Nem sempre estamos preparados ou conseguimos imaginar o grau da maldade humana, principalmente se não temos essa perversidade em nós. Isso certamente nos preserva de maior sofrimento e, nesse sentido, agradeço a Deus por me poupar de pensamentos sórdidos.
A vida me ensinou que Javé pode afastar os justos de situações limites, mas nem sempre o faz. É de seu interesse conhecer bem a pessoa que lhe serve e testar a sua fidelidade e fé. Não é fácil passar pelas provações e pode acontecer de perdemos toda a nossa esperança. Diante do inevitável somente a fé em Deus nos sustenta. Ele se serve das pessoas e meios necessários para proteger aqueles que lhe são prestativos e obedientes, porém não os poupa de circunstâncias adversas, contrariedades ou aborrecimentos.
A situação que enfrentei me fez ver como a fé é importante e, ao mesmo tempo, como é maravilhoso alívio para aqueles que a possuem. Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, enviou São Miguel Arcanjo para me proteger do mal. Eu tive a visão, mas não tinha a certeza de quem era até obter a revelação do próprio Deus. Hoje sei que Ele enviou seu anjo de confiança para me proteger, e isso me faz sentir uma gratidão enorme, visto que já tinha perdido a esperança, mas não a fé.
Não me perguntem por que aconteceu, pois nem eu sei. Foi algo totalmente imprevisível e inesperado; vindo de pessoa aparentemente confiável, em quem depositava afeição e apreço. Às vezes, pessoas suscetíveis aos apelos do mundo e sujeitas a vícios como uso de entorpecentes e álcool, podem ser utilizadas por Satanás para realizar o mal e ações criminosas. Isso não as isenta de culpa; já que nos é facultado, através do livre-arbítrio, a escolha do caminho a seguir. É a própria pessoa quem decide beber ou se drogar e, assim, abrir as portas para a ação do mal em sua vida, responsabilizando-se, portanto, pelo resultado de suas ações ainda que em estado de consciência alterado.
O mal decorrente das ações criminosas recai não somente sobre a vítima, mas também sobre o agressor, veículo através do qual o mal agiu, atuando prioritariamente nele para depois se espalhar aos demais e à vítima em si.
Ter um bom relacionamento com Javé nos assegura a sua proteção em momentos difíceis, quer seja através do livramento, como aconteceu comigo, quer seja através do conforto espiritual, como acontece com muitos crentes na hora da morte. De tudo que passei, guardei a fé: o presente mais valioso que Deus me deu além da vida!
*Maria Regina Canhos é escritora.