Profecia é o que se diz antes que ocorra, é aquilo que se prediz. Não se deve confundir com predeterminar que é determinar que aconteça algo, o pai pode determinar ao filho que faça uma tarefa ao seu alcance.
Nenhum ser humano teve ou tem capacidade para profetizar, porque não conhece o futuro, não sabe sequer quando morrerá.
Entretanto houve o dom, um poder concedido por Deus para predizer acontecimentos que distavam no espaço e tempo longínquos; Consideraremos uma profecia de Deus por meio de Daniel muito impressionante que intrigou a historiadores, arqueólogos e filósofos e nos torna estupefatos. Trata-se da profecia do capítulo 2 de Daniel.
Os capítulos 1 e 2 de Daniel foram encontrados quase intactos nos rolos descobertos em Qumran, Caverna 1, próximo ao Mar Morto, em 1947.
A profecia foi concedida a Daniel no ano 2 do reinado de Nabucodonosor (ano 603 a.C.). Nesse ano o rei teve um sonho que o deixou impressionado, mas esqueceu-se do que havia sonhado.
Chamou seus sábios, encantadores, mágicos, em grande número na sua corte, mas ninguém soube interpretar. Pediam: “Diz-nos o sonho e daremos a interpretação”. Respondeu o rei: “Percebo muito bem o que quereis, mas minha sentença é irrevogável”.
O rei ordenou a execução deles. Dn. 2:7-12). Daniel, ausente então, foi procurado, pois era um dos sábios. Ele pediu um tempo ao rei, foi para casa e com seus três amigos oraram a Deus. A oração de um justo tem poder. (Tg. 5:16). Deus lhe revelou e Daniel louvou a Deus (Dn. 2:19).
Daniel não se ensoberbeceu diante do rei, humildemente confessou que ele e nenhum sábio, astrólogo, ou mágico, saberia o mistério, mas o Deus vivo e real me revelou para que o rei saiba o mistério. (2:27-30).
No sonho o rei viu uma estátua muito grande, brilhante e terrível. A cabeça era de ouro, peito e braços de prata, ventre de bronze, pernas de ferro, pés de ferro e barro. Enquanto o rei estava vendo, uma pedra cortada por nada, veio do céu e esmiuçou a estátua, mas a pedra se fez um monte e encheu a Terra. (2:32-35).
Garanto que o leitor está tão ansioso quanto o rei pela interpretação, ao lembrar do seu sonho. Então a interpretação: Tu, Ó rei és a cabeça de ouro, a quem Deus deu poder sobre esse grande e riquíssimo império, o domínio de todos os homens e animais dessas extensas terras (37-38).
Numa inscrição Nabucodonosor atribuía o seu império ao deus Marduque. O rei declarou que graças aos trabalhos exaltados de Marduque, eu atravessei terras do alto do Mar (mediterrâneo até o baixo Mar (Golfo Pérsico) andei por terras e estradas onde eram impossíveis.
Subjuguei povos desobedientes. Capturei inimigos, estabeleci justiça na Terra, exaltei povos, removi povos. (S.D.A.B.C. vol. 4: p. 772. Mas Daniel lhe corrigiu quem coloca o governo é o Deus que dirige a história (2:37).
O estudante de história sabe da importância militar, na astronomia, arquitetura com seus templos de tijolos vitrificados aos deuses Nebo e Marduque, jardim suspenso particular da rainha, do próspero império babilônico ao norte do Golfo Pérsico.
Apesar de Nabucodonosor ter erigido no Líbano uma pedra com a sua inscrição preferida: “Nabucodonosor, o rei eterno”, Daniel proferiu a sentença: “Depois de ti se levantará outro reino inferior ao teu, e um terceiro de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra”. (2:39)
O reino Medo-Persa não foi tão poderoso e esplendoroso, assim como a prata é inferior ao ouro, assim como o peito e os braços estão em relação à cabeça.
É destacável o fato de que na profecia, este império, simbolizado pelo peito e braços, tenha sido formado, no início por duas nações arianas, Média e Pérsia. Dario derrotou Babilônia em 539 a.C. Em 550 a.C. Ciro venceu Astíages, subjugou a Média e tornou o enorme e rico Persa no segundo império da profecia de Daniel, dominando a Mesopotâmia e o seu oriente.
É bem representado pela prata. Quem não ouviu, ou, leu sobre “A Lâmpada de Aladim”, sobre o “Rei Midas”, e ou, sobre “Ali Babá e os 40 Ladrões”.
A Bíblia também testemunha da riqueza do império Persa, o rei mostrou aos comandantes de seus exércitos suas riquezas durante 180 dias, finda a ostentação, o rei Xerxes (Assuero) ofereceu-lhes e a todo o povo da província, por sete dias, luxuoso e banquete, em que servia no jardim de seu palácio, em copos de ouro, vinho em abundância, à vontade segundo o costume de cada um.
Simultaneamente sua rainha Vasti servia um lauto banquete a todas as mulheres, num salão, onde havia leitos de ouro, cortinas multicoloridas e cordões de linho atados em argolas de ouro e prata. (Ester capítulos 1 e 2).
Os dois próximos reinos são os mais curiosos, comentá-los-emos no próximo artigo.