O filósofo italiano Battista Mondin, em seu livro Curso de Filosofia, publicado pela Paulus, afirma que ética é o estudo da atividade humana com relação a seu fim último, que é a realização plena da humanidade. O problema ético tem dois aspectos principais interligados um ao outro. Um é o problema crítico, que é relativo ao fundamento e ao valor dos códigos, princípios, normas e convicções morais já existentes, e outro é o problema teórico, referente às condições que possibilitam a ação moral em absoluto, o critério daquilo que é moral e imoral para o homem, o fim último da vida humana e os meios mais aptos para atingi-lo. O problema crítico impõe-se por si enquanto os códigos morais prescrevem deveres, estabelecem leis e ditam normas para os membros de uma determinada sociedade cumprir. Questiona-se em que medida se é observado a cumprir tais normas, quem as estabeleceu, quais seus valores, se elas podem ser mudadas ou substituídas. Péricles, após as guerras contra os persas e com o comércio com outros povos nos quais observou as diferenças dessas normas, foi induzido a concluir que elas não se fundamentavam na natureza humana, mas em convenções sociais.
Os filósofos estão de acordo em reconhecer que a primeira das condições transcendentais é a liberdade, acompanhando a escolha do começo ao fim. Outra condição é o conhecimento ou a consciência, pois para alguma pessoa agir verdadeiramente livre ela precisa ter pleno conhecimento daquilo que faz, ou seja, ter consciência de causa. A terceira condição transcendental da moral é que a liberdade seja guiada por alguma norma, por algum princípio diretor, pois do contrário ela seria uma liberdade amoral. Os filósofos estão divididos quanto ao critério supremo da moralidade. Para uma parte deles o critério é o fim último para o qual se dirige o homem em suas ações (morais teleológicas). Para outra parte o critério é as leis e os deveres (morais deontológicas). Há vários tipos de morais teleológicas: hedonismo, utilitarismo, eudemonismo e ética dos valores. As deontológicas são: estoicismo e formalismo kantiano. Alguns filósofos, porém, não aceitam nem uma nem outra moral mencionada, para eles existem somente éticas relativistas ou situacionais.
O hedonismo adota como critério supremo da moralidade o prazer sensível, identificando o bem moral com ele. O utilitarismo toma como critério supremo o útil, o interesse, a vantagem, tendo duas versões: o utilitarismo egoístico, que faz valer a utilidade, o interesse de cada um, e o utilitarismo altruístico, que faz valer o interesse, a vantagem da coletividade. O eudemonismo tem por critério supremo da moral a felicidade, de tal modo que uma ação é julgada elogiável ou reprovável em vista da felicidade gerada ou não. A ética dos valores mostra que o critério do imperativo categórico não é válido porque deriva unicamente de um ditame da consciência moral, prescindindo dos conteúdos das ações. O estoicismo adota como critério supremo da moral a prática da virtude, que consiste na anulação das paixões e na superação da própria personalidade. O formalismo ético coloca como critério supremo da moral a prática da virtude, no exercício dos deveres e da obediência da lei, do mesmo modo que o estoicismo.