Com a idade de doze anos meu pai levou-me à Maçonaria, havia uma festa, uma reunião aberta. Era uma iniciação. Recebi um avental (símbolo do trabalho) e um par de luvas brancas (pureza). O tio, (assim são tratados os membros maçons, por serem considerados irmãos de seu pai, e as esposas dos “irmãos” como cunhadas) creio, um dos três líderes (luzes) deu-me uma colherzinha de mel e disse: “Que as tuas palavras sejam doces como o mel) e uma pitada de sal, e então, “que tuas palavras sejam temperadas com o sal da justiça”. Era como um batismo, para ser, no futuro, maçom – era o desejo de meu pai.
Existe uma classe de juvenis e jovens maçons chamada “De Molai” e das moças, “Filhas do Arco Iris”. Nessas reuniões aprendem as regras éticas da Maçonaria e são introduzidos numa associação visando uma futura participação na confraria. Claro que as moças não têm esse destino – mulheres não fazem parte da Maçonaria.
Os membros contribuem com uma mensalidade, e ao falecer um deles, a viúva recebe um auxílio.
No templo há uma câmara estreita, muito escura e terrivelmente fúnebre. As paredes são pretas, pintadas com gotas de lágrimas, alguns crânios e ossos humanos, um alfanje (da morte), uma ampulheta e um galo. Entre o galo e a ampulheta aparecem as palavras: “Vigilância e perseverança.” O galo é símbolo da vigilância, lembra que é da vigilância e da perseverança que o maçom se torna perfeito. O alfanje traz o pensamento da morte, A ampulheta mostra a. celeridade do tempo, o candidato deve ser perseverante sabendo que tem pouco tempo para cumprir a prova
Para fazer parte da irmandade o candidato passa pelo exame incentivado para alcançar as virtudes maçônicas. Ele descalça os sapatos, coloca chinelos “da humildade,” despe um lado da sua camisa, despoja-se de todos os metais. Isso o lembra de que ele deve se despir da vaidade e dos vícios. A parte desnuda do corpo fá-lo meditar livremente. Com o joelho direito ajoelha-se em adoração. Terminado o teste, é-lhe vendados os olhos, e norteado por um membro da fraternidade, seu guia, e às apalpadelas, procura vencer os obstáculos que lhe aparecem ao mesmo tempo que ouve barulhos ensurdecedores de trovões e furacões. Se desistir, sairá do templo sem nada ter visto. Se aprovado inicia sua jornada como aprendiz.
O sol está presente em quase toda a loja maçônica, assim como no catolicismo, pois ambos foram influenciados pelo mitraísmo. No teto do templo estão pintados o sol, estrelas, e a lua; na parede oriental, o sol, a lua fica na parede ocidental; no painel do aprendiz; no triângulo, o olho contém raios solares que iluminam, ou dá conhecimento ao Grão Mestre Venerável, e aos 1º Vigia e 2º Vigia (as três luzes representadas pelos três pontinhos da assinatura), que ficam juntos à parede oriental. No altar do Venerável também está a figura do sol.
Segundo Kennyo Ismail, respeitado escritor maçom, o símbolo do Sol e Lua crescente é um dos símbolos mais antigos da Maçonaria. Quando relacionados, o Sol é o emblema do meio-dia e a lua, da meia noite, o início e o fim dos trabalhos dos maçons. O Venerável Mestre está entre o Sol e a Lua e significa que ele comanda todos os trabalhos naquele período de tempo. “O Sol é o símbolo da Luz, que para nós maçons, é do conhecimento, do esclarecimento mental e espiritual, luz que vem do Oriente, e está colocado no lado onde se coloca o Orador, que representa o Sol, pois é dele que emana a luz, enquanto guardião da Lei.” Diz Ismail.
O secretário representa a Lua, por refletir a luz do Orador, personificação do sol nas atas. Assim como a lua cresce, os aprendizes devem sair das trevas num crescente cada vez mais luzidio. Sua carreira é longa e cada vez mais iluminada (mais conhecimento) por meio de provas e viagens.
“Esse simbolismo é creditado a Zoroastro, conforme muitos Rituais denunciam”. Para Ismail, Zoroastro foi um profeta persa, um dos principais mestres dos Antigos Mistérios.
Na antiguidade, em Babilônia, Haran, Egito, o deus Hórus era filho da deusa Ísis (lua) e de Osíris (deus Sol). Zoroastro ou Zaratustra (séc. 7 a.C.), influenciado pelo hinduísmo, fundou o mitraísmo, zoroastrismo ou mazdeísmo, do deus Mazda, (Sol) – lembra o carro da Hyundai). Essa cultura influenciou os povos antigos e os romanos no século 2 d.C., e se espraiou pelo mundo atual, por meio da filosofia e do catolicismo.
Além do “Mestre” Zoroastro, os maçons têm como patronos João Batista e o Apóstolo João e como inspirador, Jacques De Molay, grão-mestre templário.