Pós-Covid-19: especialista alerta sobre sequelas e aponta cuidados necessários após a cura
Campinas 16/9/2020 – Muitos pacientes se curam da Covid-19, mas carregam por vários meses sequelas como fadiga crônica, muscular e cardiológica
Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares do HC da Unicamp, destaca consequências como a síndrome respiratória
A covid-19 é uma doença que preocupa não apenas pelo alto índice de disseminação ou pelas consequências que pode acarretar no curto prazo. “Muitos pacientes se curam da Covid-19, mas carregam por vários meses sequelas como fadiga crônica (que pode ser pulmonar, como por exemplo a fibrose), muscular (perda de massa ou força) e cardiológica (como a miocardite – inflamação no músculo cardíaco)”, alerta Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas/Intersticiais do HC da Unicamp.
Em alguns casos mais graves, os pacientes precisam lidar com as consequências de AVCs, embolia pulmonar ou mesmo insuficiência renal. Para o tratamento da chamada pós-covid, Ronaldo Macedo destaca a necessidade de alguns protocolos: avaliação funcional fisioterápica, tanto da parte respiratória como muscular (perda de massa ou força); associado a isso, é pedido uma avaliação de imagem (tomográfica e ecocardíaca) e avaliação pulmonar.
“Após todos os passos avaliatórios, com os resultados em mãos, é possível realizar um tratamento adequado para que o paciente retorne às atividades o quanto antes e não tenha nenhuma sequela mais grave”, explica o pneumologista. Vale lembrar que o Brasil já superou 4 milhões casos de covid-19, sendo mais de 3,3 milhões o número de recuperados.
Além das questões físicas, o especialista também aponta a importância de tratamento psicológico para as pessoas que superaram a doença. “O nível de ansiedade e os casos de depressão aumentaram muito durante a pandemia. Notou-se também um aumento no consumo de cigarro e álcool”, ressalta Macedo. Dados de um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apontam que os casos de depressão quase dobraram durante a quarentena e a ansiedade e o estresse cresceram 80%.
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