Eles parecem inofensivos, mas não são! Os pombos são os principais transmissores de uma doença grave: a criptococose. Conhecida como “doença do pombo”, ela é provocada por um fungo presente nas fezes dessas aves. Quando a sujeira seca, o fungo se espalha pelo ar e pode ser aspirado pelo homem. A doença pode atacar o sistema respiratório, provocando pneumonia, e também o sistema nervoso central. Quando se instala no cérebro, é chamada neurocriptococose e causa meningite e meningoencefalite, que são inflamações nas membranas cerebrais.
É importante evitar o contato com os pombos de rua porque as doenças causadas por eles podem ser cegueira, infecções no cérebro, dos pulmões, e dos intestinos. A forma mais comum de infecções causadas pelos pombos é feita pelas vias respiratórias através da inalação das fezes secas depositadas nos mais variados lugares, como em carros, chão, janelas e calçadas. Porem outro modo de contaminação bastante comum é através do piolho dos pombos que podem cair sobre as pessoas quando eles voam. As principais doenças transmitidas pelos pombos são Criptococose, Histoplasmose, Salmonelose, Omitose, Dermatites, Alergias, Toxoplasmose, Tuberculose avícola.
Preocupado com o tema, o vereador Domingos Antônio Claudio (PMDB), cobrou, através de requerimento na Câmara de Capivari, a realização de campanhas e ações, visando minimizar o fluxo de pombas em algumas unidades escolares e principalmente na Praça Central. “Temos que equacionar a proliferação da ave, pois sabemos das moléstias que esta espécie nos transmite, principalmente para as crianças. Falamos de ambientes propícios para as crianças, pois estas crianças estão extremamente expostas a tais aves. Sabemos também o querer bem com relação das crianças com estas aves, sendo que as mesmas se aproximam com felicidades destas espécies”, alertou.
O parlamentar disse estar muito preocupado com a enorme proliferação dos pombos em Capivari. “Como temos notado, nada até agora foi realizado para que esse problema grave fosse cercado, uma vez que estamos falando de saúde pública, principalmente a saúde de crianças em idade escolar e em desenvolvimento”, cobrou o vereador.
Em atendimento ao requerimento do vereador Domingos Antônio Claudio, a Secretária de Saúde de Capivari, Eliane Regina Queiroz Piai, enviou como resposta um documento explicando sobre o manejo de pombos urbanos.
A reportagem d’O Semanário fez contato com a Vigilância Epidemiológica de Capivari, que através da assessoria de imprensa, até o momento, não há registro de contaminação de pombos na cidade.
Indagada sobre os locais de maior concentração de pombos na cidade, a Vigilância informou não ter um mapeamento dessas áreas.
Instruções
Quando é informada por cidadãos sobre a concentração de pombos em determinado local, a Vigilância Sanitária de Capivari envia fiscais para atender a solicitação. O trabalho dos agentes consiste na orientação sobre controle da população de pombos.
Basicamente, as instruções se resumem ao controle da alimentação: não alimentar os pombos; não permitir que se alimentem com sobras de rações de animais domésticos; proteger os alimentos de possível acesso das aves.
Controle de abrigo: fechar entradas de locais que os pombos podem utilizar como ninho; colocar fios de nylon bem esticados em beirais como barreira; aplicar repelentes químicos registrados pela Anvisa (gel repelente) fazem o pombo evitar o local; instalar objetos brilhantes e com movimento, como fitas adesivas, balões infláveis e manequins de predadores (gavião e coruja, por exemplo), serve para assustar as aves e as afastam do local por algum tempo.
Lei
O manejo da população de pombos visa reduzir de maneira gradual a população de um local, através da redução de abrigo e fontes de alimentação. Toda atividade desenvolvida deve ser cuidadosamente planejada, para evitar a morte das aves ou seu sofrimento, obedecendo os artigos 29 a 32 da Lei Federal no 9.605 de fevereiro de 1998 (abaixo) onde diz que é proibido usar iscar envenenadas, é crime de crueldade com os animais e muito perigoso para crianças, outros animais e para o meio ambiente.
Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridades pena: detenção de seis meses a um ano, e multa.
Para controle da população de pombos, observa-se que a forma mais adequada e eficaz é aquela que reúne medidas integradas, com envolvimento da comunidade e manejo do ambiente.
Esclarecer a população sobre o dano de se alimentar pombos, o que acarreta no aumento da densidade populacional, com excessiva proliferação dessas aves, desencadeando problemas para o ambiente e afetando a qualidade de vida das pessoas. Orientação também de como proceder para retirada correta das fezes e ninhos, de modo a evitar possível contaminação.