Segundo a SAP, 594 detentos fugiram do CPP de Porto Feliz, que abriga 1.825 detentos. Mais de 1 mil presos fugiram de cinco unidades prisionais do estado. Motim ocorreu após suspensão de ‘saidinha de Páscoa’ por causa do coronavírus.
A polícia recapturou centenas de detentos que fugiram durante uma rebelião no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Porto Feliz (SP). A ação aconteceu na tarde de segunda-feira (16). Além de Porto Feliz, houve motim em outras quatro unidades prisionais do estado.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), até a manhã desta quarta-feira (18) foram recapturados 299 detentos do CPP de Porto Feliz, dos 594 que fugiram.
Dois deles foram presos em Valinhos (SP) depois de sequestrarem um ônibus de trabalhadores rurais durante a fuga. O grupo de 11 fugitivos, que usou o veículo para ir até outras cidades, fez quatro trabalhadores reféns.
Segundo a Guarda Civil de Campinas, que fez a abordagem ao veículo, oito fugitivos ficaram em Americana e um em Campinas. Os dois presos tinham como destino Jundiaí (SP).
Fuga em massa
Foram registradas rebeliões em cinco unidades prisionais e, ao menos, 1 mil detentos fugiram.
Todos os detentos que participaram da fuga são do regime semiaberto, onde o preso tem a possibilidade de sair para trabalhar ou estudar durante o dia e retornar, e que por lei tem direito a cinco saídas temporárias por ano.
As ações ocorreram nas seguintes unidades:
- Mongaguá: 577 detentos fugiram e ao menos 184 presos tinham sido recapturados até terça-feira (17)
- Porto Feliz: 594 detentos fugiram e ao menos 299 presos foram recapturados até a manhã desta quarta-feira (18)
- Tremembé: 218 detentos fugiram e ao menos 108 presos recapturados
- Mirandópolis: houve incêndio com feridos, mas sem fuga
- Sumaré: 4 presos fugiram e os mesmos 4 foram recapturados
“O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) controlou a situação nos presídios de forma imediata. Os presos foram recapturados pela Polícia Militar com apoio de agentes de segurança penitenciária”, informou a SAP.
Ainda conforme a SAP, o motim organizado ocorreu por causa da suspensão da saída temporária como forma de medida preventiva para conter o avanço do coronavírus. Conforme a pasta, 34 mil detentos são beneficiados com a saidinha.
“A medida foi necessária, pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados”, completa a SAP.
Os presos recapturados vão responder a processos disciplinares e podem perder o direito ao regime semiaberto, informou a SAP.
(Com informações do G1)