05/06/2015
Polícia investiga venda irregular de casas populares
Seis pessoas dizem ter pagado a suposto intermediário da Prefeitura; vítimas chegaram a pagar até R$ 10,8 mil
RIO DAS PEDRAS – A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a venda irregular de casas populares financiadas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU). Um boletim de ocorrência foi registrado, por estelionato, em março de 2015. Uma das vítimas relatou aos policiais que pagou R$ 10 mil a um suposto intermediário da Prefeitura que prometia facilitar a compra da residência. A CDHU afirma que fraudes têm de ser denunciadas, e o poder público disse que desconhece o caso.
Uma vítima, que não quis ser identificada, disse que fez o cadastro para compra de casas populares há mais de 15 anos e nunca foi contemplada. “Nossos nomes devem estar na lista de espera.” Segundo ela, o suspeito de realizar a venda irregular das casas apresentou um contrato de negócio, que teria sido assinado pela vítima e outras pessoas que também pagaram quantias em dinheiro ao homem. “Não ficamos com nenhum documento conosco, mas dei a ele R$ 6 mil”, afirma.
Um homem disse à Polícia Civil que entregou R$ 6,5 mil ao suspeito. Ao G1, um casal, que também preferiu não se identificar, afirmou que pagou R$ 7,3 mil e depois R$ 3,5 mil (R$ 10,8 mil no total) ao homem que se identificava como uma pessoa influente dentro da administração municipal.
Secretaria de Segurança Pública
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a denúncia é investigada como estelionato e tráfico de influência em que casas populares do município seriam prometidas mediante o pagamento de valores. “Até o momento, seis vítimas alegam terem feito pagamentos em benefício de um homem”, disse o órgão em nota oficial.
Prefeitura
A Prefeitura de Rio das Pedras afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que não foi notificada sobre os casos. “Assim que tiver conhecimento, a administração municipal tomará providências cabíveis”, informou.
CDHU
Em nota, a companhia disse que “não tem intermediários na comercialização de seus imóveis, não cobra pela inscrição em programas, não vende senhas para participação de sorteios e não exige nenhuma entrada na aquisição de moradias”. A CDHU afirmou ainda que “vítimas de alguém tentando se passar por um funcionário devem denunciar imediatamente para a Corregedoria Geral da Administração pelo site www.corregedoria.sp.gov.br ou pelo telefone (11) 3218-5499”.
Ainda conforme a companhia, pessoas lesadas financeiramente devem procurar a polícia para registrar boletim de ocorrência. “A companhia não trabalha com lista de espera e seleciona as famílias por meio de sorteio público ou atende a grupos alvos previamente definidos, como moradores de áreas de risco e favelas ou associações e cooperativas”, acrescenta a nota.
Com informações do G1.