Perdão é palavra comum, mas pouco se pensa sobre o seu significado. Além de ter o sentido de desculpar, também há o de remir, ou seja, remeter, enviar.
Neste caso o perdão implica na semelhança da ação de Deus para com o pecador; Ele nos remete, mesmo sem que o mereçamos. Miqueias 7:18-19 expõe: “Quem, ó Deus é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade, e Te esqueces da transgressão … porque tem prazer na misericórdia. Tornará a apiedar-Se de nós, pisarás as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” Portanto perdoar envolve, não somente o absolver da culpa, mas sentir prazer, alegria em fazê-lo e esquecer a ofensa.
S. Paulo revela que a vingança pertence a Deus. (Rom. 12:19) O coração oprimido pelas injúrias imerecidas e impropérios causam males profundos ao emocional, à saúde física e psíquica, podendo levar à depressão, paralisia, e morte, e mesmo ao suicídio.
Osmar era um cabeleireiro e barbeiro com bastante êxito. Sua esposa, mulher bonita o trocou por outro. Ele ficava cabisbaixo, sentado na praça em frente ao seu salão, remoendo a traição. Perdeu seus fregueses, com menos trabalho, mais tempo para suas amarguras. Ninguém o procurava. Osmar ficou depressivo e morreu em pouco tempo. A causa não foi o mal que sua esposa lhe fez, mas o fato de não perdoar e demorar seu pensamento no mal que ela lhe causou.
Estudo publicado recentemente no periódico científico Psychology Journal of Health mostra que pessoas com mais facilidade para perdoar a si mesmas e aos outros estão mais protegidas dos males do estresse.
De acordo com informações da revista americana Time, pesquisadores da Luther College e da Universidade da California, ambas nos Estados Unidos, “O ato de perdoar funciona como uma espécie de amortecedor contra o estresse. Se você não tem tendência para perdoar, sente os efeitos brutos do estresse de forma absoluta”, disse Loren Toussaint, professor de psicologia na Luther College e principal autor do estudo. “O perdão elimina a conexão entre estresse e a doença mental, a maioria das pessoas quer se sentir bem e o perdão lhes oferece essa oportunidade”, conclui.
O ressentimento pelas ofensas recebidas causa tristeza, raiva, desânimo, incapacidade física, mental e emocional, autopiedade, e até paralisia e morte.
O perdão liberta o perdoador desses males. Sentirá uma catarse, termo usado por sociólogos e psicólogos para alívio social e emocional. Sua energia mental e emocional flui para que você possa ter uma vida feliz, capacitado para o sucesso, antes impossível.
A biologia mostra que o espírito de perdão libera os hormônios: serotonina, melatonina, dopamina, endorfina e ocitocina que proporcionam bom humor, ânimo e uma vida mais prazerosa e vitoriosa. Daí para o sucesso!
Quando Jesus ensinou a oração do “Pai Nosso” não tinha em mente que fosse recitada de cor, mas expressa de forma inteligível. Assim ao dizer Pai nosso, deve-se lembrar que Ele é Pai de todos e todos são irmãos. Ao orar: perdoa-nos os nossos pecados assim como perdoamos aos nossos ofensores, está pedindo que Seu perdão seja igualzinho ao que perdoa: “Eu perdoo, mas não esqueço”, ou, “Eu perdoo, mas não quero vê-lo mais.” É assim que deseja ser perdoado por Deus? Quem não perdoa, não será perdoado. (Mat. 6:9-15) Mesmo que não lhe peçam perdão deve perdoar, pelo menos auxilia a conseguir saúde e a alcançar sucesso na vida.
Também há necessidade de aprender a perdoar a si próprio. Não pode ficar corroendo- se com remorso (aliás, remorso é ficar remordendo).
A Bíblia relata sobre um paralítico, introduzido por seus amigos à presença de Jesus, pelo telhado, devido à multidão, na casa de Pedro. “Vendo-lhes a fé, disse Jesus ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados.” (Luc. 5:18-20) Ellen White comenta: “sua doença era resultado de uma vida pecaminosa, e seus sofrimentos amargurados pelo remorso”
(Desejado T. Nações, 267) pois não encontrava perdão. Ele mesmo não se perdoava. “Não era, entretanto, o restabelecimento físico, que desejava tanto, mas o alívio do pecado.” (Ibidem) Então Cristo disse ao paralítico: “levanta, toma o teu leito e vai para tua casa.” O doente levantou-se num instante e saiu de sua cama. (Luc. 5:24- 25)
(Rom. 12:20) …se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer, se tiver sede, dá-lhe de beber. Fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça… vence o mal com o bem. Moody venceu o exército inglês, sem pegar em armas.