O trabalho de recuperação do corpo fundamenta-se na reabilitação do Espírito. André Luiz (dr. Waldo Vieira) – Conduta Espírita – FEB
Para os psicanalistas Antonio Alvez Xavier e Emir Tomazelli, autores do livro Idealcoolismo (Editora Casa do Psicólogo), há outro lugar, não relacionado a cultos ou missas, em que alguns indivíduos vão em busca de amparo para a alma: o bar.
Os médicos Xavier e Tomazelli entrevistaram mais de 5 mil alcoolistas ao longo de uma década e chegaram à conclusão de que a bebida, para eles, é como um deus.
Os motivos que levam o indivíduo a consumir bebidas alcoólicas podem estar associados à diminuição da timidez, buscar relaxamento, prazer de beber, forma de acalmar-se e, mais modernamente, especialmente entre jovens, como uma forma de lazer.
O que faz com que uma pessoa passe do beber social para o desenvolvimento de uma doença crônica chamada de dependência alcoólica?
Um indivíduo pode tornar-se alcoolista devido a um conjunto de fatores, incluindo predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais. Pesquisas apontam que, aproximadamente, dez em cada cem pessoas nascem com essa predisposição, mas só desenvolverão esta doença se entrarem em contato com o álcool.
Conforme Meloni e Laranjeira (2004), nem todo indivíduo que faz uso de bebida alcoólica é passível de se tornar um dependente (doente), porém existem consumidores mais propensos à dependência, pois abusam no consumo. Para identificar os sintomas do alcoolismo é necessário analisar o quadro geral, e não apenas um episódio isolado.
Há alguns indícios de que é hora de a pessoa procurar ajuda ou de a família interferir, porque já se tornou dependente: beber sozinho e fora de situações sociais; continuar a beber mesmo quando percebe que está se afastando da família e dos amigos; demonstrar agressividade quando confrontado; ter dificuldade para parar de beber mesmo estando embriagado; tentar esconder as evidências do consumo de bebidas alcoólicas; apresentar sinais preocupantes, como perda de memória, tremores, insônia e falta de apetite; às vezes, apresentar transtornos de alucinação e delírio.
O aspecto para o qual deve-se atentar é que o alcoolismo se torna uma doença que incapacita o indivíduo para a vida e para o trabalho.
Diante de um familiar com problema de alcoolismo é necessário tomada de atitude no sentido de auxiliar na recuperação. Nada de xingamentos, ameaças ou agressões, o dependente não é um sem-vergonha, um mau caráter, ele simplesmente desenvolveu uma doença (reconhecida como tal pela Organização Mundial da Saúde) e precisa de tratamento terapêutico, psicológico e médico, sem esquecer da espiritualidade e da frequência a um grupo do mundialmente conhecido AA (Alcoólicos Anônimos funciona com base no Programa de 12 passos, 12 tradições e 12 conceitos e fundamenta-se no anonimato de seus membros).
O médico espiritual André Luiz recomenda: “Não adianta reprimenda para o irmão embriagado, de vez que ele, por si mesmo, já se sabe doente e menos feliz. Toda vez que você destaque o mal, mesmo inconscientemente, está procurando arrasar o bem. Não critique, auxilie. Para qualquer espécie de sofrimento é possível dar migalha de alívio e amparo…”. (1)