Rubinho de Souza

Passado, presente e futuro

Entre as atividades para entretenimento que tínhamos cá em nossa cidade, preferidas por pessoas de todas as idades, era ir ao Cine Paratodos. Havia pessoas naquele tempo, que não perdia uma sessão de um bom filme, sempre acompanhado daquela pipoquinha, vendida pelo Lazinho Marçola.

Bimbo era o guardião da entrada, e ninguém, absolutamente ninguém passava por ali sem pagar e coitado daquele que tentasse “diblar” Bimbão, levava um safanão…

Outro personagem temido pela meninada era o sr. Carlos Marreto, que era o Comissário de Menores daqui e não deixava passar nada.

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Somente quando o filme já estava para terminar é que relaxavam a guarda, mas nesse ponto, nada mais interessava aos moleques que ficavam do lado de fora, tentando ver algo pelas frestas daquela cortina de cor avermelhada que mesmo com algum vento, não deixava ver nada do que passava naquela tela mágica.

Para nós garotos, ao terminar a sessão, restava ir correndo lá na Praça da Bandeira “serrar” de algum adulto, uma guloseima, um sorvete ou balas. Eram tempos difíceis! Mas a gente se virava como podia para conseguir algo que nos desse algum prazer como entretenimento.

Com o advento da TV, houve uma reviravolta na vida e o comportamento do povo de um modo geral foi o de passar mais tempo com a família, cada um em sua casa. Com isso, as pessoas passaram a se interagir menos, se encontrar menos ainda e deixaram de colocar suas cadeiras nas calçadas para lá sentarem para o bate papo habitual com os vizinhos e passantes.

Passado, presente e futuro
Passado, presente e futuro

Por longos anos por culpa da televisão, as pessoas ficaram reclusas ou enclausuradas em suas casas, passando praticamente o dia todo aos domingos sentados no sofá de sua sala, assistindo “Silvio Santos Vem Aí”- “Gugu” ou “Domingão do Faustão”.

Até que veio a internet e trocou-se a TV pelo computador, cuja atração logo caiu em desuso, a não ser aqueles que usam para o trabalho, pois com a invenção do celular, o povão voltou novamente às ruas, passear nas praças, no shopping ou participar de outros eventos, mas sempre empunhando o inseparável aparelhinho que dominou o mundo e a mente do povo, levando as pessoas a interagir quase que somente de forma virtual, iniciando relacionamentos e amizades sem o calor humano, tão necessário para fazer duradoura as relações.

O maior perigo desse aparelho – na minha humilde opinião – é como ele está afetando a mente das crianças, sem que os pais se deem conta do mal que isto está causando em seus filhos. Existem crianças que acordam e antes mesmo de fazer sua higiene pessoal, já estão olhando vídeos e jogos em seu aparelhinho e nas suas refeições estão com um olho no prato e outro no celular.

Sem dúvida, que a internet veio para ficar, dada a transformação que nos trouxe em praticamente todos os campos da ciência e educação, mas será que colocar limites nos pequenos, não é tarefa nossa? Eles sequer têm noção do mal que isto está causando, pois, salvo raríssimas exceções, os pequenos não se exercitam, não andam mais de bicicletas, brincam muito pouco e não conversam entre si, o que pode afetar diretamente suas mentes no futuro.

Receio pelo futuro desses pequenos, cujo futuro depende de todos nós. Façamos a nossa parte!logo do fundo do baú raffard

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