Nos dias de festas, lá estava ela, a Fanfarra, que todos conheceram, e ainda conhecem como “A Fanfarra de Seo Allan”, mas o que poucos sabem, é que ela foi idealizada pelo pai de Betico, o Sr. Ozias Leite Sampaio – que junto com Seo Allan Rolin Barbosa, está na foto dos seus primeiros integrantes.
Allan Rollin Barbosa, que ensinava antes de tudo disciplina aos seus alunos, foi quem primeiro comandou a fanfarra, sendo muito respeitado por todos que a integravam.
Nos dias em que se comemorava a emancipação de nossa cidade, nos feriados nacionais, e até nos aniversários de outras cidades, lá ia a Fanfarra para abrilhantar o evento, sempre sob o comando do Allan, que escolhia a dedo quem iria participar da apresentação, premiando sempre os mais disciplinados.
Depois do Allan, vieram outros não menos rígidos e exigentes, tais como, Claudemir Chiarini e o Cabo Leonardo, que foi Policial Militar em nossa cidade, e era também muito exigente na formação das filas e na marcha, na hora de desfilar.
Quando se aproximava o dia de alguma apresentação, éramos dispensados das aulas da noite, e lá íamos nós para o ensaio, e, quem desse um passo fora de ordem, tomava uma pancada de bastão, para aprender a ficar atento ao que seguia à frente, marchando impecavelmente.
Mas era bonito de se ver, quando descíamos marchando e tocando nossos instrumentos, logo ao alvorecer, acompanhando o toque da “Alvorada” que Seo Allan com seu clarin, acabava de executar…
Mas era bonito de se ver, quando descíamos marchando e tocando nossos instrumentos, logo ao alvorecer, acompanhando o toque da “Alvorada” que Seo Allan com seu clarin, acabava de executar…
Os moradores, principalmente as crianças, saiam e acompanhavam a nossa marcha em ritmo sempre acelerado pelas ruas de Rafard.
Lembro-me de alguns que eram “figurinhas carimbadas” – não perdiam a oportunidade de seguir acompanhando o desfile por toda a cidade, entre muitos desses, Marinelli, Antero Minçon, Étore Pagliardi, João Fabricio, são os que agora me vem à mente.
Já os nossos pais e irmãos, eram presença obrigatória nas calçadas, aplaudindo nossa passagem, tendo em vista sentirem-se orgulhosos pelo fato de estarmos entre aqueles meninos e meninas que faziam parte do seleto grupo escolhidos para tocar na fanfarra de Seo Allan.
E com essa forma de agir, todos que comandaram a fanfarra, ajudaram a formar pessoas de bem, cidadãos dignos, e hoje pais de famílias que são exemplo para os seus, influenciados pelos ensinamentos recebidos quando participou da fanfarra.
Fica de minha parte, a dica para quem tem o poder de influenciar decisões, ou até mesmo toma-las, a ideia para fazer gestões, no sentido de resgatar coisas boas como essa que acabo de descrever aos meus amados leitores, e formar uma nova fanfarra em nossa cidade, nos moldes da que tínhamos.
Espero não ser um pregador no deserto, pois assim sendo, nada mais resta a nós, a não ser ficar sonhando com o passado, pois, ao menos isto ninguém poderá nos tirar…
Abraço fraternal a todos!
COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
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