Papa Francisco, desde que foi eleito em 2013, possui características próprias para se comunicar, porque a exemplo do Mestre, ele comunica-se a si mesmo e a Boa Nova do Evangelho através de gestos e palavras, se faz conhecido pelo que fala e pelo que faz, basta recordar sua passagem pelo Brasil por ocasião da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), em 2013, percorrendo ruas e praças, acolhendo e abraçando peregrinos, e falando direto ao coração de todo povo latino-americano, conquistando o povo brasileiro pela sua espontaneidade e simplicidade, tornando-se mundialmente conhecido desde sua eleição quando pediu que todo povo rezasse por ele na Praça São Pedro.
A primeira mensagem escrita a respeito dos meios de comunicação foi publicada em 1967 pelo Papa São Paulo VI, um tema simples e direto “os meios de comunicação social”, inaugurando um roteiro que se repete a 56 anos e que, no decorrer dos anos foi-se modificando e atualizando-se, seja quanto à sua linguagem ou quanto ao uso que se faz dos meios de comunicação, e porque não acrescentar a presença nos meios de comunicação.
A proximidade que esses meios permitiram que acontecesse ou, infelizmente, também muitas divisões e problemáticas surgiram, mas essas realidades não passaram despercebidas pelos papas ao longo dessas décadas de “grande e rápido desenvolvimento”, como já alertava São João Paulo II.
Ao longo dos anos, a reflexão passou do “uso dos meios de comunicação”, ou seja, de uma reflexão mais técnica, para uma “existência midiática”, entendendo-se, portanto, que tudo está relacionado à uma nova humanidade midiática, pertencemos a ambas realidades –“on-line e off-line”– e em todas elas a ética e a vida humana sempre vêm em primeiro lugar. Exige-se, portanto, uma reflexão que possibilite ao ser humano transcender seu pensamento a uma comunicação humana e divina, por inspiração.
Por isso, se atentarmos às ultimas mensagens para o Dia Mundial dos Meios de Comunicação, perceberemos claramente esse novo momento da comunicação.
Comunicar na “era de Francisco” é pensar e agir a partir da misericórdia de Deus, e sempre mover-se ao encontro dos mais necessitados. Francisco mesmo, se faz comunicação, com seus gestos, com seu silêncio, suas palavras, em tudo deixa muito claro que a fonte comunicativa é o Espírito Santo, e que o Mestre Jesus deve ser sempre o modelo de comunicação para a construção de um mundo novo.
Alguns verbos são essenciais para compreender a comunicação proposta pelo Santo Padre: encontrar, sair, ver, narrar, escutar, entre tantos outros, mostram como é o agir comunicativo para este novo tempo, principalmente após a Pandemia de Covid-19 (2020-2022).
Na mensagem deste ano, Papa Francisco nos apresenta a comunicação a partir de um outro verbo: escutar. A escuta “com os ouvidos do coração”. Se em 2020 o Santo Padre ressaltava uma comunicação que “escreve no coração”, tecendo uma rede comunicativa que permita um caminhar juntos; e em 2021, através dos verbos “ir e ver”, Francisco motiva aos movimentos de saída e a um gesto não apenas de assistir de longe, mas de “gastar a sola do sapato” para conhecer a realidade do outro; agora, em 2022, o Papa nos ensina que, ao “escutar”, devemos acolher a realidade do outro para entender suas dores e aflições.
Os verbos de Francisco são chaves para a ação comunicativa do cristão, que deve apresentar Cristo ao mundo, contribuir para a harmonia em sociedade e sensibilizar para a caridade. Que Deus nos ajude a conjugar com piedade os verbos de Francisco, sobretudo, o maior deles: “amar”.
Igreja em notícias
Fake I – A Diocese de Piracicaba esclarece que, infelizmente, circularam em redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, na última semana, informações falsas sobre a depredação de uma igreja Católica. Diferentemente do que foi divulgado, o vídeo com imagens sacras vandalizadas não era da Capela São José Operário, no bairro Godinhos, em Piracicaba, nem de nenhum outro templo desta Diocese.
Fake II – As cenas, realmente lamentáveis, são de uma igreja do Estado do Paraná, como confirmado em nota pela Diocese de União da Vitória. A Diocese de Piracicaba se solidariza com a Diocese de União da Vitória e com todo povo católico ferido por tão triste profanação à fé. Convidamos todos a rezarem pela paz.
Homilia I – “A mudança que tanto queremos lá fora, no mundo, nas pessoas, ela começa em nós quando saímos do egoísmo e da indiferença. Não começa com leis, com mudanças políticas ou governos. A mudança começa com a transformação do coração, com a escuta da Palavra de Deus, com a Eucaristia que recebemos, corpo e sangue do Senhor. É isso que Maria nos ensina quando mostra que é preciso fazer tudo o que é da vontade de Deus nas nossas vidas.”
Homilia II – Assim foi o desfecho da homilia do bispo de Piracicaba, Dom Devair Araújo da Fonseca, na solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, na última quarta-feira (12), em Rio Claro. Durante a pregação, ele ressaltou ainda, usando como exemplo os textos sagrados, que não podemos ser indiferentes aos sofrimentos das pessoas, do povo, dos mais necessitados. Assista na íntegra em www.youtube.com/c/DiocesedePiracicabaSP.
Pe. Anselmo Cardoso Martiniano
Diretor de Comunicação da Diocese de Piracicaba