16/9/2020 –
Descuido com a pele durante a exposição ao sol e o envelhecimento da população são as principais causas do crescimento do número de casos
Cuidado com um inimigo oculto que pode se manifestar de repente: o câncer de pele. Cuidado com a exposição ao sol, sem proteção. Os danos causados pelos raios UVA e UVB têm efeito cumulativo na pele, que começam na infância. Quanto mais vermelhões ou bolhas na pele, maiores as chances de adquirir câncer de pele no futuro. A exposição frequente à luz solar, sem proteção, contribui para a maioria dos casos de melanomas e carcinomas. A atenção deve ser redobrada em períodos do dia – entre às 10h e às 16h – em que o índice de radiação ultravioleta chega a níveis extremos.
Em dez anos, o número de mortes em decorrência de câncer de pele aumentou 55% no Brasil. São cerca de 180 mil novos casos por ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), e ainda acredita-se que este número deva ser muito maior. Os tipos mais comuns, os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, embora tenham baixa letalidade, são extremamente frequentes.
“Gerações que tiveram grande exposição ao sol sem proteção estão ficando mais velhas e desenvolvendo a doença. Por ser considerado um câncer “sem gravidade”, muitas vezes alguns sinais e lesões na pele são negligenciados pelos pacientes e também pelos próprios médicos. Porém, o quanto antes um carcinoma for diagnosticado, mais rápido será o tratamento, reduzindo o risco de maiores complicações”, explica o dermatologista José Jabur, especialista em câncer de pele, da Altacasa Clínica Médica, na capital paulista.
O câncer de pele é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Mais agressivo e letal, o melanoma surge, geralmente, com o aspecto de uma pinta escura. Já os não melanomas, divididos em carcinoma basocelular e espinocelular, costumam aparecer sob a forma de pequenas lesões que não cicatrizam, crescem progressivamente e às vezes podem sangrar com facilidade. Eles podem aparecer praticamente em todas as partes da pele, mas são mais frequentes nas áreas que são cronicamente expostas ao sol como o rosto, orelhas, couro cabeludo, braços e ombros. O carcinoma basocelular é especialmente frequente no nariz.
“O tumor já foi considerado um tipo de câncer de pele exclusivo de pessoas mais velhas, com mais de 60 anos. Mas nas últimas décadas, com a frequente exposição dos jovens aos raios solares e a forte irradiação solar – o Brasil é o país que mais recebe irradiação solar em todo o mundo por estar localizado próximo à linha do Equador -, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. Muitos jovens já estão sendo diagnosticados com carcinoma”, explica o Dr. Jabur.
“O carcinoma basocelular tem um crescimento lento e raramente se espalha para linfonodos (que são os chamados gânglios linfáticos) ou outras partes do corpo. Quando diagnosticado e tratado corretamente tem altíssimo índice de cura. Mas se o diagnóstico for tardio ou se ele for tratado de maneiras incorretas, as recidivas se tornam mais frequentes e o tumor pode se tornar um problema muito sério.”, ressalta o médico, que complementa: “já os carcinomas espinocelulares são mais propensos a se disseminar, da pele, para os linfonodos. Geralmente surgem em áreas da pele com sinais de danos provocados pelo sol, como rugas, manchas marrons e vermelhas e outros. Também aparecem na forma de feridas que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Podem também ser confundidos com verrugas”, esclarece.
O câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Deve-se suspeitar de lesões na pele que tenha surgido geralmente há meses, que não cicatrizam de modo habitual, e que podem ter o aspecto uma mancha vermelha, um nódulo ou ferida que sangra ou forma crosta. Diante de lesões suspeitas, é preciso procurar um dermatologista para o diagnóstico e tratamento. É importante saber que atualmente temos dermatologistas especializados no tratamento do câncer da pele. Quanto mais precoce for o diagnóstico, e mais cedo for instituído o tratamento correto, melhores serão os resultados”, conclui o especialista em câncer de pele, da clínica Altacasa.
O que aumenta o risco de câncer de pele?
– Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioletas – UV), principalmente na infância e adolescência.
– Ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino.
– Ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.
– Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol são mais vulneráveis ao câncer de pele não-melanoma.
– Indivíduos com sistema imune debilitado.
– Exposição à radiação artificial.
Como se prevenir da doença?
– Praticar uma exposição solar consciente. E saber que Radiação solar em excesso é sim prejudicial à saúde
– Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h.
– Sempre que possível, ficar em lugares com sombra.
– Ao frequentar lugares ao ar livre, usar roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas.
– Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 30, no mínimo. Não esquecer de áreas como orelhas e lábios.
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