Artigo | Por Dr. Daltamir Justino Maia*
Os íons metálicos são necessários para muitas das funções vitais do organismo humano. A ausência de alguns deles pode ocasionar sérias doenças, tais como: anemia, por deficiência de ferro; retardamento do crescimento de crianças, por falta de zinco; e má formação óssea em crianças, por falta de cálcio. Alguns metais e semimetais, por sua vez, quando presentes no organismo humano, podem causar intoxicações; são exemplos clássicos: o arsênio, o chumbo, o cádmio e o mercúrio.
Grande parte dos elementos químicos que compõem a tabela periódica está presente no organismo humano. Tais elementos aparecem de forma combinada nas mais variadas substâncias, desempenhando diferentes funções. É interessante destacar que tais substâncias estão em contínuo estado de rotatividade, sendo formadas e consumidas a velocidades que variam de frações de segundos até anos. Um homem adulto, de 70 kg, apresenta em seu organismo cerca de 7 kg de hidrogênio, 12,6 kg de carbono, 2,1 kg de nitrogênio, 45,5 kg de oxigênio (este é o elemento químico mais abundante no nosso corpo), 700 g de fósforo, 175 g de enxofre, 105 g de sódio, 140 g de potássio, 1,0 kg de cálcio, 35 g de magnésio, 2,3 g de zinco e 4,2 g de ferro.
Tratando-se particularmente dos metais e de suas funções no corpo humano, destaca-se o cálcio, presente nas estruturas ósseas e no esmalte dos dentes, na forma de hidroxiapatita, Ca5(PO4)3(OH). O sódio e o potássio contribuem para o balanço osmótico em membranas celulares, e o ferro está presente na estrutura de uma molécula conhecida como hemoglobina, responsável pela absorção e transporte de oxigênio no sangue.
É importante destacar, ainda, vários outros metais, sem os quais a vida humana não existiria. Entre eles estão o crômio, o manganês, o cobalto, o níquel, o cobre e o molibdênio, envolvidos em processos metabólicos que regulam a produção de energia e o bom funcionamento do corpo humano.
A falta ou o excesso de metais ou de quaisquer outros elementos químicos pode ser prejudicial à saúde. Ou seja, um desequilíbrio na concentração de alguns destes elementos pode levar a pessoa à morte. Como manter, então, o equilíbrio e o bom funcionamento do nosso corpo sem acúmulo ou escassez dos elementos essenciais? A resposta é, evidentemente, muito simples, e por muitos já conhecida: basicamente, com uma alimentação balanceada.
Os principais metais presentes no corpo humano e algumas de suas fontes alimentícias são: Cálcio: leite e queijos; Sódio: carnes, manteiga e peixes; Potássio: frutas secas, nozes, carnes, vegetais e peixes; Magnésio: cereais e verduras; Ferro: fígado, carnes, ovos, cereais e frutas; Cobre: fígado, nozes e frutos do mar; Cobalto: ervilhas e feijão; Zinco: fígado, gema de ovo, queijos e carnes; Manganês: cereais, nozes, café e farinha; Crômio: carne de boi e fígado; Molibdênio: trigo, cevada, aveia e fígado bovino; Níquel: espinafre e nozes.
*Dr. Daltamir Justino Maia é professor de Química do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus Capivari.